Ciência e Tecnologia

O DVD O discreto charme das partículas elementares, baseado no livro de mesmo nome da física Maria Cristina Abdalla, está disponível para aquisição por professores da rede pública de ensino. A autora é professora do Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista (Unesp), foi professora associada do ICTP-Trieste, na Itália, e trabalhou na Organização Europeia para Investigação Nuclear (Cern), em Genebra, na Suíça. O DVD desvenda as partículas elementares da física desde as primeiras descobertas que levaram à teoria quântica até as novas manifestações da matéria. A obra refaz a trajetória da mudança de modelos que levou ao modelo padrão da física de partículas.

O processo de produção do etanol resulta atualmente em uma série de resíduos tóxicos que, caso sejam lançados no meio ambiente, podem causar graves impactos ecológicos. Mas, em um futuro próximo, por meio de novas tecnologias geradas em áreas como a biotecnologia e genômica, será possível eliminar ou transformar, nas próprias usinas de etanol, os poluentes emitidos. A estimativa é de Bram Brouwer, professor associado da Universidade Livre de Amsterdã e cientista-chefe da Bio-base Ecologically Balanced Sustainable Industrial Chemistry (Be-Basic).

stellaUm exemplo de como a ciência da computação pode fornecer ferramentas para o compartilhamento e visualização de dados científicos é o WorldWide Telescope (WWT), serviço desenvolvido pela Microsoft Research que permite explorar virtualmente o Sistema Solar. A gerente senior do Programa de Pesquisa da MSR, Yan Xu, apresentou o WWT durante o Workshop de Ciência Ambiental, promovido pelo Instituto Virtual de Pesquisas FAPESP-Microsoft Research na sede da FAPESP, em novembro. O WWT é uma ferramenta que, uma vez instalada, permite que o computador pessoal funcione como um telescópio virtual, reunindo imagens obtidas por observatórios e telescópios na Terra e no espaço.

Que pensamentos e emoções diferem de uma pessoa a outra é algo que ninguém põe em questão, mas a maioria acha que o mundo é visto de maneira semelhante. Ou seja, as cenas são as mesmas, mas a interpretação é diferente. Mas um estudo indica que as diferenças também estão presentes na maneira como se vê o mundo. Sabe-se que o córtex visual primário – área no cérebro responsável por processar os estímulos visuais – varia até três vezes de tamanho de um indivíduo a outro. A nova pesquisa verificou que o tamanho do córtex visual afeta a maneira como o ambiente é percebido. Os resultados do estudo, feito no Wellcome Trust Centre for Neuroimaging e no Institute of Cognitive Neuroscience da University College London, foram publicados no domingo (5/12) no site da revista Nature Neuroscience.

dengueUm supercomputador foi recentemente instalado no Laboratório do Grupo de Simulação Molecular do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP. Ele possui capacidade de armazenamento de dados de 17 TeraBytes, 472 GigaBytes de memória RAM, 228 processadores e duas unidades GPU-GP de 448 processadores gráficos cada uma. Este computador deverá ajudar a desvendar alguns dos mecanismos moleculares envolvidos nos processos de infecção de células humanas pelo vírus do dengue.

Em dezembro, o Rio vai ganhar seu primeiro laboratório de nanociência e nanotecnologia totalmente aberto aos grupos de pesquisa de todo o país, o LABNANO. Instalado no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), o Laboratório, que será inaugurado no dia 10 de dezembro pelo ministro Sergio Rezende, da Ciência e Tecnologia, vai impulsionar as pesquisas na área de materiais nanoestruturados e dará ênfase à produção de estruturas em escala nanométrica, tais como sensores com ampla gama de aplicações, desde  imageamento térmico até sistemas lab-on-chip para diagnósticos médicos.

Em 1997, o gene AIRE (“regulador autoimune”, em inglês) foi identificado como responsável pela suscetibilidade a uma rara doença. Desde então, novos estudos têm revelado evidências de que o gene está profundamente envolvido com um mecanismo fundamental para as doenças autoimunes em geral: a tolerância imunológica. De acordo com uma das principais especialistas no assunto em todo o mundo, Diane Mathis, da Escola de Medicina da Universidade Harvard (Estados Unidos), a descoberta mais recente sobre o gene AIRE é intrigante: o gene é expresso ao longo de toda a vida, mas só causa a doença caso não seja expresso logo após o nascimento. “Fizemos uma linhagem especial de camundongos nos quais podemos ‘ligar’ e ‘desligar’ o gene.

fapesp-03dic10As chances de existir vida em outros planetas acaba de aumentar. Pelo menos de acordo com o anúncio feito na tarde desta quinta-feira (2/12) pela Nasa, a agência espacial norte-americana, que destaca a descoberta de um organismo que cresce onde não se imaginava que pudesse existir vida. O anúncio, transmitido para todo o mundo pela internet, refere-se ao estudo feito por Felisa Wolfe-Simon, do Instituto de Astrobiologia da Nasa, e colegas e publicado na nova edição da revista Science. Os cientistas descobriram uma bactéria (linhagem GFAJ-1 da família Halomonadaceae) capaz de sobreviver e de prosperar em um ambiente cheio de arsênio. O elemento químico, até então, era considerado altamente tóxico a todos os seres vivos. Da baleia à bactéria Escherichia coli, passando pelo homem e todos os mamíferos, os organismos terrestres dependem dos mesmos seis elementos: oxigênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio, fósforo e enxofre.

steven-hollandEnquanto nos Estados Unidos há 250 mil pessoas diagnosticadas com imunodeficiências primárias, no Brasil não chegam a 2 mil os casos confirmados dessa disfunção genética relacionada à deficiência no combate às infecções, que expõe o paciente a uma série de doenças. Entretanto, com base na incidência constatada na população norte-americana, estima-se que possa haver de 120 mil a 150 mil pessoas com o problema no Brasil. A desproporção entre a estimativa e os casos registrados não é casual: o diagnóstico é o principal desafio da ciência em relação às imunodeficiências primárias, de acordo com o imunologista Steven Holland, chefe do Laboratório de Doenças Infecciosas Clínicas do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas – dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) –, sediado em Bethesda, nos Estados Unidos.

stelle_1Estrelas pequenas e com pouco brilho, conhecidas como anãs vermelhas, são muito mais comuns do que se imaginava. Tão comuns que o total de estrelas no Universo pode ser o triplo do que os astrônomos estimavam. Justamente por ser pequena e de brilho fraco, uma anã vermelha é mais difícil de identificar em observações do espaço. Tanto que os cientistas não conseguiram detectá-las em outras galáxias além da Via Láctea e suas vizinhas. Até agora. Em artigo publicado nesta quinta-feira (2/12) na revista Nature, Pieter van Dokkum (Universidade Yale) e Charlie Conroy (Universidade Princeton) descrevem a identificação de sinais de anãs vermelhas em oito galáxias elípticas, massivas e relativamente próximas, localizadas entre 50 milhões e 300 milhões de anos-luz da Terra.

A Sociedade Brasileira de Física (SBF) e a American Physical Society (APS) decidiram estabelecer um memorando de entendimento para o intercâmbio científico de alunos de graduação e pós-graduação e docentes dos dois países. O memorando deverá ser afinado até o fim de dezembro pela diretora executiva da APS, Kate Kirby, e pelo vice-presidente da SBF, Ronald Shellard. A parceria possibilitará o apoio financeiro para físicos que desejem participar de cursos de curta duração no exterior, receber a visita de um professor estrangeiro de sua área de estudo ou trabalhar temporariamente em um laboratório de pesquisa. Além disso, segundo a SBF, o objetivo é dar maior visibilidade internacional para a física brasileira, que tem crescido nos últimos anos, e possibilitar a troca de conhecimentos entre profissionais e estudantes.