
No registro dos anais da Academia Brasileira de Letras (ABL), ela diz “ter sido usada” no debate e que não teria se manifestado da forma que fez caso tivesse lido o capítulo inteiro do livro.
No artigo Educação em Debate, publicado no jornal O Estado de S. Paulo, na segunda-feira, 30, Sérgio Fausto afirma: “O procedimento consiste na desqualificação de ideias sem o mínimo esforço prévio de compreendê-las. Funciona assim: diante de mero indício de convicções contrárias às minhas, detectados em leitura de viés ou simples ouvir dizer, passo ao ataque para desmoralizar o argumento em questão e os seus autores. É a técnica de atirar primeiro e perguntar depois. A vítima é a qualidade do debate”.
Mais adiante, o mesmo Sérgio Fausto destaca: “Noves fora um certo ranço ideológico, aqui e ali, o livro é de bom nível. Trabalho de gente séria, que merece crédito. E um pouco mais de respeito. Fica o testemunho: a ONG responsável pela obra tem entre seus dirigentes, se a memória não me trai, profissionais responsáveis, no passado, por um dos melhores cursos de educação de jovens e adultos da cidade de São Paulo, o supletivo do Colégio Santa Cruz”.
O autor do artigo também observa: “O desempenho dos alunos em português vem melhorando, em especial no primeiro ciclo do ensino fundamental, conforme indicam avaliações nacionais e internacionais, ainda que mais lentamente do que seria desejável e necessário (...)”.
Avaliação — Haddad informou os senadores sobre o desempenho dos alunos brasileiros no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). Em 2010 o Brasil foi o terceiro país que mais cresceu, superando 12 nações. Hoje, ocupa o 53º lugar, mas está próximo do Chile e de Israel, nações reconhecidas no mundo por seus esforços na área educacional.
Sobre o livro Por uma Vida Melhor, Haddad explicou aos parlamentares que não há educador que não defenda o ensino da norma culta em qualquer etapa do ensino, mas que a abordagem para alcançar esse objetivo pode ser diversa.
História — O ministro disse ainda ser inviável retirar a história contemporânea dos livros didáticos, como sugeriram alguns senadores. “Estaríamos na contramão do que vêm fazendo as universidades do país, ao cada vez mais cobrar conteúdos de história contemporânea. É adequado que façam isso”, disse Haddad.
De acordo com o ministro, o programa do livro didático do Ministério da Educação foi estruturado para suportar a situação-limite na qual se encontra, entre a censura e a qualidade das obras. “Há modelos alternativos, como o totalmente estatal e aquele no qual o mercado simplesmente oferece os livros”, explicou, ao indicar que o modelo brasileiro é híbrido, mas sem o viés da censura.
Sobre eventuais mudanças no decreto que regulamenta o livro didático, Haddad disse estar aberto a sugestões, se forem pontuais. “Se for algo mais estrutural, o Congresso Nacional pode fazer isso por meio de projeto de lei.”
MEC Assessoria de Comunicação Social
Leia mais:
31 maio: Haddad defende conteúdo e lembra que escolha é feita nas universidades
31 maio: Obra do MEC não preconiza erro gramatical, afirma ministro Haddad
20 maio: ABL discorda da posição do MEC
27 abril: Universidades - O fascínio dos rankings
07 abril: É possível (e desejável) ter nossas universidades no topo dos rankings?