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Um dos centros mais relevantes em pesquisas médicas no mundo, o Karolinska Institutet, da Suécia, quer firmar novas parcerias com o Brasil, inclusive com instituições do Estado de São Paulo, com vistas a gerar inovações na área da saúde. O instituto sueco, responsável pela escolha dos ganhadores do prêmio Nobel de Medicina/Fisiologia, firmou, no fim de 2018, um acordo de cooperação com a FAPESP, no qual as instituições se comprometem a financiar pesquisas colaborativas entre pesquisadores do Estado de São Paulo e do Karolinska Institutet. 
Em workshop realizado na FAPESP no dia 12 de dezembro, representantes da FAPESP, de universidades paulistas e da instituição sueca apresentaram relevantes trabalhos de inovação na área da saúde e discutiram as possibilidades de futuros projetos em conjunto.

“Esperamos implementar uma plataforma permanente de relacionamento entre pesquisadores de São Paulo e do Karolinska Institutet. Vejo aqui uma importante oportunidade de estabelecer um programa altamente diferenciado e qualificado para a cooperação em ciência e educação médica com uma das mais prestigiadas instituições do mundo”, disse Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP.

Martin Schalling, professor do Karolinska Institutet, explicou que as parcerias em ciência e tecnologia entre o Brasil e a Suécia ganharam um forte impulso após o acordo entre os países para a compra dos caças Gripen, que serão usados pela Força Aérea Brasileira (FAB) e estão sendo desenvolvidos em parte no Brasil (Para mais informações acesse o site da revista Pesquisa FAPESP).

“A tecnologia aeronáutica foi impulsionada pelos contratos comerciais entre os dois países. No entanto, eles não envolvem apenas a compra de aviões. A parceria envolve um intercâmbio em educação, manufatura, inovação e transferência de tecnologia, assim como intercâmbio acadêmico”, disse Schalling à Agência FAPESP.

O pesquisador é o coordenador do lado sueco da parceria entre o Karolinska e a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), onde é professor visitante da FM-USP. A parceria entre as duas instituições foi firmada oficialmente em 2015.

“A ideia agora é ir para uma versão 2.0, envolvendo todo o Estado de São Paulo e a região de Estocolmo, tendo o mesmo foco da parceria em tecnologia aeronáutica, envolvendo inovação, indústria e startups, porém na área de saúde”, explicou.

“Esse encontro é apenas um início das conversas. Há interesse de ambas as partes em colaborar em pesquisas em todas as áreas, não só na saúde. O próprio governo sueco, junto com as agências de fomento, está estimulando parcerias como essa. Com isso, poderá haver recursos não só do Karolinska Institutet e da própria Suécia, como também da União Europeia”, disse Homero Vallada, professor da FM-USP e um dos organizadores do encontro.

Presente no evento, o diretor de Ciência e Inovação da Embaixada da Suécia no Brasil, Jacob Paulsen, ressaltou o papel brasileiro nas parcerias suecas em inovação. “A Suécia instalou seis escritórios ao redor do mundo em locais que avaliamos ser muito importante ter um contato direto para estimular a cooperação em inovação. Temos escritórios nos Estados Unidos, Índia, China, Coreia do Sul, Japão e Brasil. Mapeamos a infraestrutura brasileira e o ecossistema para inovação e com esse conhecimento temos como encontrar oportunidades para colaboração entre Suécia e Brasil”, disse o diplomata.

Pesquisa e inovação

Diretores e pesquisadores de vários Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) da FAPESP, de Centros de Pesquisa em Engenharia (CPE) e de institutos de pesquisa participaram do encontro com representantes da instituição sueca.

Lício Augusto Velloso, diretor do Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades (OCRC), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Adriano Andricopulo, coordenador de inovação do Centro de Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar), com sede no Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP), elencaram os projetos de pesquisas desenvolvidos nos CEPIDs com possibilidades de colaboração.

Rodrigo Calado, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP e membro do Centro de Terapia Celular (CTC), apresentou as pesquisas que permitiram pela primeira vez na América Latina o tratamento feito com células reprogramadas do próprio paciente (leia mais em: http://agencia.fapesp.br/31656/).

Fernando Cendes, coordenador do Instituto Brasileiro de Neurociência e Neurotecnologia (BRAINN), na Unicamp, apresentou pesquisas sobre epilepsia, interface cérebro-máquina e sondas neurais realizadas no centro.

Pesquisas focadas na busca por alvos moleculares que possibilitem a criação de novos medicamentos foram apresentadas por Rafael Couñago, coordenador científico do Centro de Química Medicinal (CQMED) da Unicamp, e Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, coordenadora do Centro de Excelência para Descoberta de Novos Alvos Moleculares (CENTD), um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) financiado pela FAPESP e pela GSK.

Pontus Naucler e o brasileiro radicado na Suécia Antonio Rothfuchs, ambos do Karolinska Institutet, mostraram alguns resultados de pesquisas com doenças infecciosas.

Esper Kallás, professor da FM-USP, Hugo Aguirre Armelin, do Instituto Butantan, Jair de Jesus Mari, da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp), e Marilza Vieira Cunha Rudge, professora da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB-Unesp), foram outros pesquisadores a apresentar pesquisas com potencial para colaboração.

Dimas Tadeu Covas, diretor do Instituto Butantan, Luiz Henrique Catalani, coordenador do Centro de Inovação da USP (InovaUSP) e Wagner Cotroni Valenti, diretor da Agência Unesp de Inovação (Auin), também apresentaram os modelos de inovação de suas instituições.

Agência FAPESP