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A FAPESP recebeu no dia 28 de maio a visita de Charles Toups, vice-presidente da Boeing Research & Technology (BR&T), e Antonini Puppin-Macedo, diretor-geral da BR&T Brasil. Os executivos participaram de um workshop em que foram apresentados exemplos de projetos de pesquisa em parceria com empresas e apoiados pela FAPESP no âmbito dos programas de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE), Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) e Centros de Pesquisa em Engenharia (CPE). 
Os representantes da companhia aeroespacial e de defesa norte-americana também participaram de uma reunião com representantes da FAPESP e com pesquisadores das universidades Estadual de Campinas (Unicamp) e de São Paulo (USP) para discutir uma nova proposta de pesquisa colaborativa.

Por meio de um projeto apoiado pela FAPESP no âmbito do PITE, a BR&T, em parceria com Embraer e Unicamp, realizou um estudo entre 2012 e 2013 com o objetivo de identificar desafios que devem ser superados para possibilitar a substituição do querosene utilizado hoje na aviação por biocombustíveis sustentáveis.

“Esse encontro é uma boa oportunidade para entender como diferentes empresas em São Paulo têm realizado pesquisa em cooperação com universidades com apoio da FAPESP. Estamos muito entusiasmados com futuras colaborações em pesquisa,” disse Toups na abertura do evento.

A BR&T funciona como uma organização central avançada de pesquisa e desenvolvimento da Boeing, independente das unidades de negócios de aviões comerciais e de defesa, espaço e segurança da companhia. Além de realizar pesquisa e desenvolvimento (P&D) que possam resultar em tecnologias para a Boeing, a BR&T também tem como clientes os departamentos de Defesa e Segurança Interna dos Estados Unidos, a agência espacial norte-americana (Nasa) e a Administração Federal de Aviação (FAA) – responsável pelos regulamentos e todos os aspectos da aviação civil nos Estados Unidos.

Para desenvolver tecnologias, a BR&T conduz sua própria P&D e trabalha com os principais centros de pesquisa governamentais e privados, além de universidades em todo o mundo, a fim de encontrar as soluções mais inovadoras e possíveis no mundo, explicou Macedo.

“Temos 11 centros de pesquisa e desenvolvimento [BR&T], dos quais cinco estão localizados nos Estados Unidos e seis são globais, situados na Espanha, Rússia, China, Índia, Austrália e no Brasil, que é o mais novo e foi inaugurado em 2014, em São José dos Campos”, disse Macedo.

Os centros são designados a acelerar a capacidade técnica em áreas específicas e aprimorar e construir redes de colaboração com centros de pesquisa universitários, industriais e governamentais.

O BR&T no Brasil, por exemplo, tem parcerias com Embraer, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), USP, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) para desenvolvimento de tecnologias.

“Um dos focos do centro de pesquisa no Brasil está em biocombustíveis de aviação sustentáveis, dado o sólido histórico do país no campo de energia renovável”, disse Macedo.

O centro de pesquisa da empresa no país tem nove pesquisadores e 10 colaboradores, que publicaram nos últimos dois anos mais de 45 artigos e desenvolveram tecnologias que resultaram em 19 patentes ou segredos comerciais para a empresa.

“O Brasil tem uma indústria aeroespacial estabelecida e de classe mundial. Os desafios do país nessa área talvez sejam estabelecer colaborações em pesquisa de classe mundial e construir um conjunto de talentos global competitivo globalmente”, avaliou Macedo.

Histórico de parcerias

O diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, destacou durante o workshop que o Estado de São Paulo tem uma longa história de P&D colaborativa entre universidades e indústrias. Lembrou que, entre as décadas de 1950 e 1970, há exemplos bem-sucedidos de pesquisa colaborativa entre a Embraer e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Itautec (uma empresa brasileira fabricante de equipamentos de TI, automação comercial e automação bancária que existiu entre 1979 e 2013) e a Escola Politécnica da USP, e a Telebrás e a Unicamp.

Segundo Brito Cruz, essas parcerias em pesquisa entre empresas e universidades ganharam maior corpo nas últimas décadas, com o início em 1995 do PITE, em 1998 do PIPE e em 2007 com o lançamento de chamadas conjuntas da FAPESP com empresas para apoio de projetos colaborativos no âmbito do PITE. “Há uma intensa e crescente colaboração em pesquisa entre universidades e indústrias no Estado de São Paulo”, destacou.

De acordo com dados apresentados por Brito Cruz, a quantidade de artigos científicos publicados por pesquisadores vinculados a universidades e instituições de pesquisa no Estado de São Paulo em coautoria com pesquisadores ligados a indústrias saltou de menos de 100 no início dos anos 2000 para quase 700 em 2016.

Entre as principais empresas com pesquisadores coautores desses artigos científicos estão GSK, IBM, Vale, Embraer, Petrobras e IBM, que têm projetos realizados em parceria com a FAPESP.

“A FAPESP tem feito grandes esforços nos últimos anos no financiamento de projetos de pesquisa voltados à inovação tecnológica de modo que o conhecimento científico possa contribuir para aumentar o desenvolvimento tecnológico”, disse Eduardo Moacyr Krieger, vice-presidente da FAPESP, na abertura do workshop.

Agência FAPESP