“A área de genômica aplicada está em rápido desenvolvimento e o Brasil não pode ficar para trás”, afirmou José Goldemberg, presidente da FAPESP.
Utilizando estratégias de genômica e genética e ferramentas como engenharia genética e edição de genomas e estudos de microbiomas, o Centro vai criar e gerir pipelines de melhoramento genético e de biotecnologia agrícola para a geração de plantas transgênicas, geneticamente editadas, entre outras atividades.
Irá, ainda, desenvolver competência em regulação e patentes para garantir a conformidade de sua operação às regras de biossegurança e às leis de acesso à biodiversidade. “Utilizaremos os mesmos processos adotados atualmente por grandes indústrias, com diferença apenas de escala”, resumiu Paulo Arruda, pesquisador responsável pelo Centro.
Será o sexto Centro de Pesquisa em Engenharia/Centro de Pesquisa Aplicada apoiado pela FAPESP em parceria com empresas por um período de até 10 anos e constituídos no âmbito do Programa Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE). Outros cinco já estão em operação: dois com a GSK, um com a Shell, um com a Peugeot Citroën e outro com a Natura.
“O valor total do contrato do Centro de Pesquisa em Genômica Aplicada às Mudanças Climáticas é de R$ 102,8 milhões, sendo R$ 25,2 milhões da FAPESP; R$ 32,9 milhões da Embrapa e R$ 44,7 milhões da Unicamp, correspondentes a salários, infraestrutura de pesquisa etc.”, detalhou Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor-científico da FAPESP.
O Centro é legado da Unidade Mista de Pesquisa em Genômica Aplicada às Mudanças Climáticas, uma iniciativa conjunta de pesquisa implementada pela Embrapa e Unicamp, iniciada em 2012. “A empresa designou pesquisadores para trabalhar na Unicamp no desenvolvimento de projetos na área de biotecnologia de plantas, sob a liderança de Paulo Arruda, da universidade, e de Eduardo Assad, pesquisador da Embrapa”, disse Maurício Antônio Lopes, presidente da Embrapa.
Unidades Mistas de Pesquisa são uma estratégia de “fertilização cruzada”, como ele diz, adotada pela Embrapa para aproximar-se das universidades e da pesquisa básica. “É uma satisfação ver essa iniciativa recebendo agora apoio da FAPESP, o que permitirá trazer para essa plataforma de pesquisa outras inciativas”, afirmou. “Podemos utilizar toda a rede da Embrapa para validar os protótipos de ativos biotecnológicos gerados pelo Centro e também buscar apoio e suporte do setor produtivo.”
Para Teresa Dib Zambon Atvars, vice-reitora da Unicamp, a parceria e os projetos que dela decorrem podem representar uma “mudança de paradigma” para as pesquisas nas áreas de alimentos e agronegócios. “Temos os três ingredientes de sucesso: competência, financiamento e vontade”.
Agência FAPESP