A criação, de fato, depende de dotação orçamentária e da disponibilização das vagas de professores, o que demanda tempo.
O parecer foi apresentado nesta quarta-feira, dia 24, durante uma reunião entre o reitor da UFPA, professor Carlos Maneschy, coordenação acadêmica do Campus de Bragança e deputados e senadores da bancada do Pará. Na ocasião, foi solicitado aos parlamentares o apoio na aprovação de projeto de lei complementar que está no Senado, o qual cria cargos necessários ao funcionamento do curso. A reunião, realizada em Brasília, foi conduzida pelo senador Paulo Rocha e deputado federal Lúcio Vale.
Condições - “O que devemos comemorar neste momento é a avaliação do governo federal que, conforme indicávamos desde 2014, a Universidade, o município e a rede de atendimento de saúde têm as condições de ofertar um curso público de Medicina para o Nordeste do Pará”, afirmou o coordenador do Campus de Bragança, Sebastião Rodrigues.
Para a vice-coordenadora, Janice Cunha, “a apreciação do Ministério da Educação é uma conquista, fruto de trabalho nosso enquanto servidores públicos e pelas parcerias estabelecidas com outras instituições e pessoas. Um trabalho que fazemos com satisfação, certos dos desafios que representam. Temos, ainda, muito trabalho e seguimos, pois acreditamos que, com apoio da gestão atual da UFPA, com a força da bancada do Pará reunida, o governo dará provimento orçamentário para o programa de expansão do ensino médico.”
A expansão do ensino médico nas instituições federais de ensino superior foi motivo de reunião recente da liderança da bancada do Pará no senado. No dia 17 de fevereiro, o Ministro da Educação, Aloízio Mercadante, recebeu o Senador Paulo Rocha que enfatizou a necessidade de implantação de cursos no interior do estado do Pará. A bancada de parlamentares do Pará entende que esta é uma pauta de consenso do estado e do Brasil.
Construção do projeto - Em 2014, o Campus Universitário de Bragança constituiu comissão para preparar a Minuta do Projeto Pedagógico do Curso de Medicina. O documento foi encaminhado ao Conselho Deliberativo do Campus Universitário de Bragança/UFPA e obteve a aprovação dos conselheiros. Em seguida, passou pela aprovação do Conselho Municipal de Saúde de Bragança e pelo Conselho Regional de Saúde Rio Caetés, que representa 16 municípios da região Nordeste do Pará.
Em 2015, a Minuta do Projeto Pedagógico passou por uma revisão e foi apresentada durante uma reunião entre dirigentes da Reitoria da UFPA, do Campus de Bragança, do Município, do Hospital de Referência (HSAMZ), e do Núcleo de Medicina Tropical.
A iniciativa de implantação do curso de medicina recebeu, ainda, o apoio da Fundação Amazônia Paraense de Apoio à Pesquisa e da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica. Também recebeu apoio institucional da Prefeitura Municipal de Bragança, por meio das Secretarias Municipais de Saúde e de Educação; Câmara Municipal de Vereadores de Bragança; Hospital Santo Antônio Maria Zaccaria (HSAMZ); Hospital Geral de Bragança; e Hospital de Clínicas do município.
Além da implantação do curso de Medicina, o Campus de Bragança apresentou à Secretaria de Educação Superior (SESU/MEC), a proposta de oferta de curso de Mestrado Profissional na área de Saúde Coletiva.
População também foi ouvida - Segundo o coordenador e vice do Campus, Sebastião Rodrigues e Janice Cunha, respectivamente, a concepção e construção do projeto do curso de Medicina para a região surgiu a partir de diálogos com profissionais que atuam no cuidado e atenção à saúde, dentre eles, médicos, enfermeiros, biomédicos, fisioterapeutas, psicólogos, residentes, estudantes, antropólogos e filósofos. Também foram ouvidas pessoas doentes, convalescentes, grávidas, idosos, entre outros que demandam cuidados com a saúde na zona rural e na cidade. “Estes contatos garantem um tipo especial de aproximação com a realidade e com as pessoas, fundamental para que o curso de Medicina seja baseado em abordagem humanizada”, dizem os coordenadores.