Durante os três dias, pesquisadores dos dois países vão se reunir no Deutsches Museum, um dos mais importantes da Alemanha, para discutir estudos nas áreas de biotecnologia, nanotecnologia, fotônica, energia e relações entre sociedade e meio ambiente.
Apesar do sólido relacionamento existente entre pesquisadores do Estado de São Paulo e da Alemanha, o simpósio terá como objetivo aumentar ainda mais os estudos e projetos feitos em cooperação com universidades e institutos de pesquisa daquele país.
Para isso, pesquisas apoiadas pela FAPESP serão apresentadas e debatidas com pesquisadores de diferentes instituições alemãs. Do mesmo modo, cientistas alemães vão mostrar um pouco do que fazem atualmente em áreas complementares à pesquisa desenvolvida em São Paulo com apoio da Fundação.
A proposta do simpósio é criar oportunidades para conectar pesquisadores que atuam nas instituições de ensino e pesquisa localizadas em São Paulo com seus colegas na Alemanha, a fim de que desenvolvam estudos conjuntos em temas relevantes para os dois países, nas mais diferentes áreas do conhecimento.
O simpósio em Munique faz parte de um esforço contínuo da FAPESP pela internacionalização da pesquisa brasileira. Para isso, a Fundação tem feito acordos com instituições de pesquisa internacionais, além de agências de fomento e empresas em países conhecidos pela alta qualidade de sua produção científica e tecnológica.
Desde 2011, a FAPESP já organizou simpósios científicos nesses mesmos moldes em Washington, Morgantown, Cambridge, Charlotte, Chapel Hill, Raleigh (Estados Unidos), Toronto (Canadá), Salamanca e Madrid (Espanha), Tóquio (Japão), Londres (Reino Unido) e Pequim (China).
Histórico de cooperação
Atualmente, a FAPESP mantém acordos de cooperação com três instituições de fomento à pesquisa da Alemanha, o mais antigo deles com o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD), firmado em 1988.
Um acordo com a Fundação Alemã de Pesquisa Científica (DFG) está em vigor desde 2006, e outro, com o Ministério de Estado de Ciências, Pesquisa e das Artes do Estado Livre da Baviera (STMWFK), foi firmado em 2012.
Para o presidente da FAPESP, Celso Lafer, a Alemanha tem sido um dos mais importantes atores do desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro, o que passa necessariamente pela parceria em pesquisa.
“As instituições de ensino e pesquisa do Estado de São Paulo apresentam uma elevada capacidade de desenvolver conhecimento, o que as coloca em destaque no Brasil para o estabelecimento de parcerias com instituições congêneres alemãs, que estão entre as mais avançadas do mundo em termos de ciência e tecnologia. A FAPESP Week em Munique reforça antigos laços, mas, sobretudo, aponta para a intensificação dessa cooperação, que é estratégica para instituições e pesquisadores dos dois países”, observa.
Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fundação, destaca o histórico de parcerias em pesquisa que envolve instituições dos dois países.
“A FAPESP mantém acordos de cooperação científica com a Alemanha há mais de 20 anos, com intercâmbio de pesquisadores e concessão de bolsas para a realização de projetos conjuntos de alto impacto científico. A FAPESP Week em Munique cria novas oportunidades para pesquisa colaborativa, aumentando a visibilidade das oportunidades na Baviera, na Alemanha, e na Europa”, diz.
Programação
O evento terá início no dia 15 de outubro, com a abertura da exposição Brazilian Nature – Mistery and Destiny, dedicada à divulgação da biodiversidade brasileira, no Foyer da Biblioteca do Deutsches Museum.
O presidente da Fundação Alemã de Pesquisa Científica (DFG), Peter Strohschneider, e o coordenador da área de engenharia da FAPESP, Euclides de Mesquita Neto, farão a abertura das sessões de palestras, no dia 16 de outubro, quando haverá também apresentações do vice-presidente da Sociedade Max Planck, Ferdi Schüth, e do diretor científico da FAPESP, que mostrará aos alemães um panorama da ciência e tecnologia produzida no Estado de São Paulo.
Um painel sobre colaboração científica internacional, redes de excelência em universidades e boas práticas de pesquisa, moderado pelo diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, José Arana Varela, terá como debatedores o diretor científico da Fundação, Carlos Henrique de Brito Cruz; o diretor internacional de desenvolvimento de negócios da Sociedade Fraunhofer, Raoul Klinger; além do secretário geral da Fundação Alexander von Humboldt, Enno Aufderheide; e do diretor do departamento de estratégia do DAAD, Christian Müller, .
Em seguida, pesquisadores dos dois países participarão de um painel sobre biotecnologia, nanotecnologia e fotônica, apresentando pesquisas que serão debatidas ainda no primeiro dia das sessões de palestras, com temas como epigenética, novas drogas no combate a doenças degenerativas, novidades em imunoterapia de câncer, nanolasers, cristais fotônicos, nanomedicina e nanopartículas.
No dia 17 de outubro, as apresentações dos participantes estarão centradas em duas áreas: energia e relações entre sociedade e meio ambiente. Entre os temas das apresentações estarão estudos sobre combustíveis renováveis, flexibilização das matrizes energéticas, sequenciamento genômico de biomateriais, desenvolvimento rural sustentável, uso de carbono, pesticidas e resíduos sólidos, entre outros.
A programação completa do evento pode ser conferida no endereço http://fapesp.br/week2014/munich/. A participação é aberta ao público, mediante inscrição.
Agência FAPESP