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A apresentação aconteceu durante o I Encontro de Planejamento para Implantação do Campus das Engenharias da UFRPE, que teve a participação de consultores, docentes e empresários de outros estados, que trouxeram experiências de parcerias público-privadas na área de engenharia. O prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Vado da Farmácia, além de secretários municipais e estaduais e representantes de universidades, institutos e centros de pesquisa também estiveram na reunião.
Os cursos com vagas abertas para seleção no meio do ano, através do Sistema de Seleção Unificada (Sisu/Enem 2013), são Engenharias Civil, Elétrica, Eletrônica, Mecânica e de Materiais. O formato acadêmico será diferenciado. Além da opção entre obter o diploma de tecnólogo ou de bacharel, o aluno terá aulas presenciais e semipresenciais (EAD), disciplinas de línguas portuguesa e inglesa, e, assim como professores em sala de aula, terá um a figura do preceptor –orientador nas práticas vivenciadas dentro das empresas conveniadas.
A empresa licitada para as obras da UACSA já começa a construção do campus nos próximos dias, com previsão de conclusão em 2016. Até o fim desse período, as aulas serão realizadas em galpão provisório que está sendo instalado no Multimodal Cone Suape – BR-101, com toda a estrutura de salas de aula, laboratórios, biblioteca, administração, entre outros aparatos. No campus definitivo, o acesso dos alunos, professores e funcionários será feito pelas rodovias BR-101 Sul e PE-60, sendo que o governo de Pernambuco já licitou a obra da PE-33, que ligará as duas vias e dará pleno acesso à UACSA e ao novo campus do IFPE.
De acordo com o professor Romildo Morant, um dos assessores especiais da Reitoria designados para a implantação da nova unidade, o campus definitivo terá 157 mil metros quadrados de área construída. Para a primeira etapa, estão sendo construídos 90 mil metros quadrados. O terreno, de 20ha, foi doado pela Prefeitura do Cabo em novembro de 2012. Entre os diferenciais, está a implantação de um prédio de sete andares onde funcionará o Núcleo de Inovação Tecnológica, com infraestrutura para receber pesquisadores, empresários e especialistas visitantes. “Nossos prédios também seguirão o princípio da sustentabilidade, com processos como a reutilização da água, aquecedores solares, entre outras soluções”, afirmou.
A reitora da UFRPE, Maria José de Sena, ressaltou o caráter diferenciado da UACSA na aproximação do estudante com o mundo do trabalho como modelo a ser adotado futuramente nos outros campi da Instituição. De acordo com a gestora, o método tradicional de aula, em que o aluno permanece a maior parte do tempo em sala, está fadado ao fim. “Nas inúmeras experiências que acompanhamos no Brasil e em outros países, vimos que tínhamos que dar um salto na formação do aluno. Nossa proposta, que funcionará inicialmente no Cabo de Santo Agostinho, é de colocar o aluno diretamente em contato com o chão da fábrica, de aprender fazendo. Nosso modelo contempla a educação integrada e o aprendizado ativo”, destaca.
Segundo a reitora, a parceria com as empresas e indústrias que estarão em contato com a Universidade, seja em projetos e pesquisas, seja no acolhimento ao aluno, será permanente e de extrema importância para a motivação do estudante. “O modelo atual faz com que o aluno só tenha contato com mundo do trabalho no final do curso, e não tem jovem hoje que aguente. Esse é um dos principais motivos da evasão”, sublinha.
O governo federal liberou, no final de 2012, R$ 35 milhões para a primeira etapa da construção da UACSA. Todo o campus deverá custar R$150 milhões.
Além do professor Romildo Morant, participam da Comissão de Implantação do Campus das Engenharias o professor Emídio Cantídio de Oliveira Filho (ex-reitor da UFRPE), o professor Amilton Sinatora (USP) e colaboradores.