As escolas indígenas estão localizadas em áreas isoladas e de difícil acesso. De acordo com a coordenadora do Mais Educação no estado, Silvane Maciel, o processo de mobilização e informação das comunidades sobre a educação integral exigiu tempo em razão dessa dificuldade. Outros desafios que antecederam a implantação foram a definição das atividades complementares e a busca, nas comunidades, de professores e monitores para a jornada ampliada.
Em Roraima, alunos das 13 escolas indígenas têm quatro horas de aula. Em outras três horas, são fortalecidos os conhecimentos da língua materna e desenvolvidas atividades esportivas e culturais. Nos esportes, as comunidades e professores escolheram atletismo, especialmente salto e corrida, e futebol. Na parte cultural, danças tribais e criação e confecção de brinquedos.
Silvane explica que para a alimentação de estudantes, monitores e professores das 13 escolas, o estado transfere recursos à Associação de Pais e Mestres, que providencia a compra de produtos locais. A medida foi tomada em respeito aos hábitos alimentares indígenas e ao fortalecimento das tradições.
Crescimento — Na avaliação da coordenadora do Mais Educação, passados seis meses do início das atividades da educação integral indígena, as comunidades demonstram aceitação do programa e pediram a inclusão de mais estudantes em 2014. As redes públicas de Roraima têm 14.668 estudantes indígenas — 11.908 no ensino fundamental e 2.760 no médio. Eles estudam em 268 escolas existentes nas aldeias.
Em 2010, o programa Mais Educação teve a adesão de escolas públicas urbanas e rurais de Roraima. Hoje, segundo Silvane Maciel, 12,5 mil estudantes estão matriculados em 38 unidades urbanas de educação integral e 2.020 alunos frequentam 21 escolas rurais.
Criado em 2008, o Mais Educação conta hoje com a participação de 49,4 mil escolas públicas urbanas, rurais, quilombolas e indígenas nas 27 unidades da Federação. Nesse conjunto de escolas estudam cerca de 6 milhões de alunos.