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Mais de 200 professores da Universidade de Brasília se reuniram nesta quinta-feira, 19, em assembleia geral. Eles recusaram integralmente a proposta do governo que pretendia por fim à greve que já dura 64 dias. Nenhum professor defendeu as medidas oferecidas pelo Ministério do Planejamento (MPOG) na última sexta-feira, 13.
O fim da paralisação sequer foi cogitado pela categoria, que decidiu votar pelo “fortalecimento da greve e intensificação da mobilização”. Apenas um professor votou contra a manutenção da paralisação. Houve uma abstenção. Os professores também aprovaram a abertura das negociações com o governo a partir da proposta apresentada e referendaram a posição do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN). Leia aqui o posicionamento do Andes-SN sobre a proposta do MPOG.

Por ampla maioria, os docentes também decidiram pela realização de um novo ato em frente ao Ministério do Planejamento no próximo dia 23 de julho. O local e o horário da ação serão definidos em reunião do Comando Local de Greve nesta sexta-feira, 20. “A proposta é bastante deficitária e não atende às exigências da categoria", disse Liliane Machado, professora da Faculdade de Comunicação e membro do Comando Local. Ela afirmou ainda que “as mobilizações dos últimos dias mostram que as pessoas estão firmes”.

O professor Claus Akira, também do Comando Local, concordou com a união da categoria: “Já começamos a greve com muita força - e não podemos aceitar a proposta do governo, porque ela não atende a nossos dois pontos principais, a reestruturação da carreira e as melhores condições de trabalho”.

Carlos Saito, professor de Ecologia, enxergou na proposta apresentada pelo MPOG aspectos semelhantes à antiga Gratificação de Estímulo à Docência (GED), extinta em 2005, que estimulava a competição entre os professores por carga horária docente. Para o professor, três pontos poderiam incentivar o produtivismo ou o falseamento do trabalho nas universidades: a gratificação por preceptoria; a retribuição por projetos; e as normas de avaliação de desempenho. Outro ponto preocupante, em sua avaliação, é aumento de número de horas mínimas de oito para 12. “O governo acaba levantando a suspeita de que irá ampliar o número de aulas sem contratar novos professores”, disse Saito.

O ex-presidente da ADUnB Ebenezer Nogueira também se mostrou a favor da manutenção da greve. “Não é o momento de sairmos da greve; não temos de aceitar ou não aceitar agora a proposta que o governo nos fez”, argumentou.

Outra deliberação da assembleia foi a incorporação de quatro novos professores para o Comando Local de Greve: Rachel Nunes, do Instituto de Psicologia; Cristiano Guedes e Morena Marques, ambos de Serviço Social; e Ariuska Amorim, da Engenharia Civil.

O próximo encontro dos professores ocorrerá na quinta-feira, 26 de julho, em horário e locais a serem definidos.

UnB Agência