O Decanato de Ensino de Graduação pedirá informações aos organizadores do ranking para avaliar com profundidade que indicadores influenciaram na queda da UnB.
O índice da QS Universities é medido a partir da avaliação de sete indicadores: reputação acadêmica, reputação por empregadores, número de papers por faculdade, relação professor por estudante, citações por papers, corpo docente com doutorado e impacto na internet. Em quatro quesitos, a UnB subiu. Em um deles, o que mede o impacto na internet, a Universidade se manteve estável. A queda foi registrada em citações por papers e reputação junto aos empregadores. Veja aqui o ranking.
A avaliação dos profissionais que empregam os estudantes que saem das universidades foi o critério no qual a UnB mais perdeu pontos. Passou de 58,9 em 2011 para 17 em 2012. “Ninguém no continente consegue bater o Brasil em termos de produção acadêmica, mas ao se olhar as reputações acadêmicas e junto aos empregadores, as universidades mexicanas se destacam”, afirmou Danny Byrne, editor do site Top Universities, no relatório de análise da pesquisa. Segundo ele, o Instituto Tecnológico de Monterrey, no México, é a instituição que domina o indicador de reputação das universidades junto aos empregadores. Nas citações por papers, outro item onde a UnB sofreu queda, a nota deste ano foi de 40,4 quando em 2011 era de 42,7.
De acordo com o relatório de Danny Byrne, a reputação junto aos empregadores é medida a partir de pesquisa realizada no continente latino-americano, mas o documento não detalha quantos profissionais ou empresas foram ouvidos nem em que países. A QS colhe os dados que fundamentam a classificação principalmente por meio de informações públicas disponíveis nos sites das universidades e por notas atribuídas às instituições pela comunidade internacional.
Nos indicadores em que a UnB subiu, estão as avaliações de reputação acadêmica, proporção de professores por alunos, docentes com doutorado e papers por professor. Na reputação acadêmica, a UnB passou de 88,4 em 2011 para 92,5. Na relação de professores por alunos, subiu de 36,3 para 44,1. No número de docentes com doutorado, a UnB ganhou nota máxima: 100. Em 2011, foi atribuída a nota de 98,6 a este indicador. Na avaliação de papers por professor, o desempenho da UnB passou de 76,4 para 85,9. “Apesar da queda, melhoramos na maioria dos indicadores”, afirma o decano de Ensino de Graduação, José Américo Garcia.
No documento, Danny Byrne atribui a queda de algumas universidades brasileiras ao desempenho crescente das instituições de ensino superior chilenas. “O único país que parece capaz de rivalizar com o Brasil futuramente na performance de pesquisa é o Chile”, afirma. “As universidades melhoraram muito seu desempenho, apesar das revoltas no país, onde estudantes exigiram melhorias no sistema educacional e o fim do modelo adotado na ditadura de Augusto Pinochet. Os jovens chilenos têm um problema de acesso às universidades, mas o número de estudantes que entraram nas universidades do país aumentou em 250% nos últimos anos e isso se deu exatamente em razão da melhora das universidades”, explica.
IGC – A avaliação feita pelo Ministério da Educação (MEC) dos cursos de graduação das universidades brasileiras aponta a UnB como a 12ª colocada de acordo com os resultados mais recentes, do ano de 2010. O desempenho da Universidade foi ainda melhor que o de 2009, quando a instituição estava na 11ª colocação. “A UnB continua sendo uma universidade de excelência”, diz José Américo Garcia.
O ranking do MEC ordena as universidades de acordo com o Índice Geral de Cursos (IGC), indicador que sintetiza as notas das instituições nos cursos de graduação, mestrado e doutorado. Para construir o índice, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), ligado ao MEC, considera critérios como a estrutura física dos cursos, o número de professores com doutorado, as notas dos alunos de graduação no Exame Nacional do Desempenho de estudantes (Enade) e vistorias in loco feitas por equipes do INEP. O IGC da UnB é quatro de um máximo de 5. Nesta semana, foi divulgada a revisão da nota do curso de Direito noturno, que subiu de 4 para 5, mesma avaliação do diurno. Leia aqui.
“Nos últimos quatro anos a UnB cresceu em número de alunos, novas instalações e reformas”, destaca o decano. “Conseguimos o reconhecimento de todos os cursos inscritos no MEC e 86% dos projetos político-pedagógicos dos cursos foram renovados”. José Américo ressalta que o reconhecimento à Universidade vem também do setor privado. “Somos classificados como uma universidade cinco estrelas pelo Guia do Estudante da Abril”. A publicação identifica 15 cursos cinco estrelas, 25 quatro estrelas e cinco três estrelas.
UnB Agência