
O destaque da solenidade de abertura foi a fala de Gilney Viana, coordenador do Projeto Direito à Memória e à Verdade da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. “É necessário resgatar as memórias das lutas e dos que lutaram”, disse.
Para ele, o evento discute em momento apropriado temas como direito à memória, à verdade e à justiça, obrigando o Estado a fazer uma autocrítica sobre temas como tortura, desaparecimento forçado e estupro. “Retomar o passado é uma maneira de substancializar um presente que valha a pena ser vivido para construir um melhor futuro”, apontou. “Será possível assim construir um Brasil mais livre e democrático em que não seja mais necessário apelar às armas.”
Para os organizadores, o encontro estimulará o diálogo entre o passado e o presente, representado por diferentes gerações, refletindo sobre a conquista da democracia e sobre como a sociedade pode superar a cultura autoritária do passado. “Um de nossos objetivos é oferecer respostas sobre o tema memória e verdade para jovens de 14 e 15 anos”, afirmou Clodoaldo Meneguello Cardoso, um dos coordenadores do evento, do Observatório de Direitos Humanos da Unesp.
Dia 14, houve ainda a abertura da exposição Arte dos Direitos Humanos, com curadoria de Oscar D'Ambrosio. O projeto, da Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp, traz obras de 25 artistas (Altina Felício, Ângela Barbour, Antonio Carlos Goper, Diana Martire, Eduardo Schamó, Eiji Yajima, Eliane Consol, Elza Carvalho, Fátima Lourenço, Fernanda Cobra, Hélio Schonmann, Isabel Pochini, Lúcia Neto, M. Clarice Sarraf, Maria Pinto, Marina de Falco, Marília Martin, Marli Takeda, Matiko Sakai, Maura de Andrade, Ruth Kelson, San Bertini, Suzana Azevedo, Sheila Oliveira e Zilamar Takeda) inspiradas na versão da Declaração Universal dos Direitos Humanos de Frei Beto.
Além de palestras, mesas-redondas e oficinas, a Jornada contará com atividades especiais, algumas inéditas em Bauru. Um exemplo é o debate, no dia 16/04, na Sessão da Câmara Municipal, sobre a implantação da Comissão Municipal de Direitos Humanos, de forma a ser colaboradora da Comissão Estadual da Verdade (CEV). O evento terá a presença de Adriano Diogo, membro da CEV da Assembleia Legislativa de São Paulo. “”Queremos um país em que não se prenda alguém por pensar crime de opinião, ou seja, apenas por pensar de forma diferente”, disse Antonio Pedroso Jr., diretor do Centro de Estudos Sociais e Políticos “Nossa memória ninguém apaga”, de Bauru, entidade coorganizadora do evento.
No dia 19/04, no auditório da Instituição Toledo de Ensino, será realizada a Caravana da Anistia, com sessão de julgamentos de requerimentos de anistia. A sessão é inédita em Bauru e contará com a presença de Dr. Paulo Abrão Pires Júnior, presidente da Comissão de Anistia, e de outros conselheiros.
Na programação cultural, estão previstos o lançamento, no dia 20, do livro Futebol e Ditadura; e a apresentação da peça teatral Filha da Anistia, nos dias 20, 23 e 24, além de exibições de filmes e exposições de arte.
Informações em www.oedh.unesp.br e pelo telefone (14) 3103-6172.
Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp