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Após três meses de recesso, o campus Darcy Ribeiro voltou a ser lugar de multidão e muito barulho. O primeiro dia do semestre letivo registrou filas para a obtenção de identidade estudantil, matrícula de calouros nas vagas remanescentes, trotes, busca de informações para localizar salas de aula, funcionários do mutirão de volta às aulas trabalhando nos últimos ajustes do prédio e manifestação de estudantes e professores do Instituto de Psicologia. Na semana passada, o Conselho da unidade decidiu adiar em uma semana o início do semestre.
O esquema de orientação montado pela Prefeitura contou com dois balcões de informações nas entradas das alas sul e norte do Instituto Central de Ciências, o Minhocão. Até o final da manhã, os porteiros estimaram cerca de 400 atendimentos, especialmente dos novos estudantes em busca de dados sobre salas de aula e departamentos.

A estudante Juliana Baylão, caloura do curso de Letras, foi uma das que recorreu às indicações dos porteiros. Apesar da busca por orientação, ela elogiou o serviço de sinalização implantado pela Prefeitura. “Há quatro anos, quando também fui aluna da UnB no curso de Sociologia, não havia numeração de salas de aula, o que dificultava muito a vida da gente. Atualmente, a identificação ajuda a pessoa a não se perder”, observou.

Nos Postos Avançados da Secretaria de Assuntos Acadêmicos (SAA), o movimento de estudantes foi intenso. Desde as 7h30 organizando a fila, a servidora Miriam Montebello, uma das responsáveis pela unidade Sul do Instituto Central de Ciências, já tinha contabilizado, por volta das 11h, o atendimento de mais de 60 alunos. “Nosso posto oferece serviço para estudantes de 39 cursos. A maioria veio fazer o registro da vaga e buscar a carteirinha de identificação estudantil”, explicou.

Um dos calouros na fila era Juan Carvalho, do curso de Biotecnologia. “Vim pegar minha identidade estudantil. O ambiente da UnB é muito diferente do que estava acostumado. Há maior liberdade sobre como se comportar e as condições na sala de aula, onde tive minha primeira matéria de Cálculo 1, estavam boas”, destacou Juan.

Segundo a Prefeitura da universidade, o número de reclamações foi dentro do esperado. “Recebemos algumas queixas sobre material em sala de aula, mas de forma pontual. A estrutura entregue para o início do semestre está adequada”, classificou o prefeito Francisco Cassiano. Ainda de acordo com o dirigente, a força-tarefa de volta às aulas está praticamente concluída. “Ainda falta realizar a limpeza e fazer reparos em alguns lugares”, revelou. Leia aqui matéria sobre o mutirão.

PSICOLOGIA – No Instituto de Psicologia, que decidiu (leia mais aqui), o movimento de alunos também foi grande. O adiamento dividiu opiniões. “Achei um exagero a decisão. Claro que as condições devem sempre melhorar, a estrutura não é a mais adequada no ICC Sul, mas isso não é impedimento”, argumentou Luíza Caldas, do 10º semestre de Psicologia. Ela é uma das 136 pessoas que registraram voto contrário à suspensão das aulas, em enquete formulada no próprio site do Instituto.

Já para Fabiana Rezende e Camila de Brito, alunas do mestrado em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde – um dos programas de pós-graduação do IP – o adiamento se justifica pela falta de estrutura. “Fui monitora da disciplina em Fundamentos em Desenvolvimento e Aprendizagem, e as salas de aula não tem ventilação, os ruídos incomodam e falta mesa até para professor”, exemplificou Fabiana. “Não é um problema que começou durante as férias. Já se arrasta há vários semestres”, acrescentou Camila.

TROTE – A manhã foi marcada também por dois trotes. Pelo menos dois casos de trote ocorreram no ICC, durante a manhã do primeiro dia letivo. Por volta das 10h, calouros do curso de Engenharia Elétrica foram levados para o gramado próximo a entrada da ala sul do Minhocão. Formando um círculo, sujos de tinta, os estudantes se dirigiam ao centro da roda para se apresentar, enquanto eram provocados pelos veteranos. Garrafas de bebida alcoólica podiam ser vistas ao lado de veteranos, que depois distribuíram aos novos alunos.

Cenário parecido ocorreu no auditório ao lado da sede do Diretório Central dos Estudantes (DCE), na entrada norte do ICC. Dezenas de estudantes de Relações Internacionais, utilizando megafone, faziam a recepção dos calouros do curso. Tinta, farinha, cachaça e leite compunham o arsenal preparado para o trote. “A gente repudia a violência no trote, aqui só participa da brincadeira de beber ou se sujar quem realmente quer”, defendeu Isadora Schedinger, uma das veteranas que organizou a recepção.                      

UnB Agência