Segundo Mello Filho, a prova de habilidade específica avalia se os candidatos estão aptos a cumprir cinco anos de um curso superior de música, visto que eles geralmente vêm de conservatórios e escolas técnicas onde receberam formação instrumental e teórica. “O Estado de São Paulo tem duas escolas muito importantes, a Tom Jobim e a de Tatuí, que são o maior celeiro de estudantes de música tanto da Unicamp, como de USP e Unesp e das particulares. Nossa prova avalia se o estudante possui não apenas habilidade musical, mas também conhecimento geral para o estudo universitário.”
Jacqueline Lopes, que toca violino há cinco anos e estudou na Escola Ernst Mahle de Piracicaba, deixava transparecer certa ansiedade antes de se aquecer para a prova de aptidão em instrumento. “Espero que, acima da técnica, conte a interpretação, a paixão pela profissão que escolhemos. A Unicamp tem excelentes professores, nem é preciso falar sobre a qualidade do curso. Estou muito feliz de estar aqui, apesar de ser para uma prova.” No meio do corredor, Kauan Sartori dedilhava o violão, meio sem compromisso. “É meu primeiro vestibular. Vim mais para aprender, saber como é.”
Na outra ponta do corredor do IA concentravam-se candidatos ao curso de artes visuais. Marion Chatton, Nae Matakas e Paula Chimanovitch, todas da cidade de São Paulo, já haviam feito a prova de história da arte pela manhã e, sentadas no chão, aguardavam a prova de desenho. “Vi as provas do ano passado e espero conseguir fazer os vários desenhos que vão pedir; já em história da arte, as questões estavam dentro do que pediram para ler, curti responder”, disse Marion. “Espero que a prova peça movimentos simples, avaliando mais o desenho e menos as ideias”, torcia Nae. “Conversei com alguns veteranos e me falaram que a prova é bem interpretativa: é passado um texto e precisamos de muita criatividade”, previa Paula.
Entretanto, era justamente inverso o que antecipava o professor Antonio Carlos Rodrigues, o Tuneu, que coordena as provas de habilidades específicas. “A prova foi simplificada, está mais sintética e objetiva em relação ao desenho. No ano passado, exigimos mais em termos de conceituação e interpretação, e agora focamos o desenho, que é o principal objetivo. Estamos fazendo experimentos e, para o próximo ano, vamos discutir inovações em vários sentidos.