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Ieda Siqueira, de Ipatinga (MG), Samuel Aquino, de Juazeiro do Norte (CE), e Nascif Tanus Nascif, de Campos dos Goytacazes (RJ) são médicos formados com bolsas de estudos integrais do Programa Universidade para Todos (ProUni). Hoje, no exercício da profissão, os três têm como atividade principal o atendimento de pessoas no Programa Saúde da Família.
Formada em medicina pela Faculdade Suprema, em Juiz de Fora (MG), Ieda Siqueira ficou na cidade para trabalhar. Ela é chefe da equipe do Saúde da Família que atende a comunidade do bairro Nossa Senhora Aparecida. O bairro, conta Ieda, fica na periferia, é formado por favelas, tem pontos de venda de drogas.

Como a população é carente, a médica diz que o desafio de cuidar da saúde da comunidade é muito grande. Entre as dificuldades encontradas por ela estão a falta de transporte para levar doentes que precisam ser atendidos por especialistas ou para internação, e de recursos para a compra de remédios que não são fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mesmo diante dessas dificuldades, Ieda Siqueira pretende continuar no Saúde da Família por dois ou três anos para depois fazer seleção para residência médica em cirurgia.

Ela avalia que sem a bolsa do ProUni teria tido grande dificuldade de cursar medicina, porque a família não tem recursos. Antes de conseguir a bolsa, prestou três vestibulares em instituições públicas e não passou. “Na época, não fiz outros vestibulares porque não tinha dinheiro para pagar a inscrição e nem para viajar para outras cidades”, explica.

Ieda conta que foi a primeira pessoa da família a ter bolsa do ProUni. Depois, um irmão e um primo também conseguiram. O irmão de Ieda se formou em enfermagem e o primo, em administração.

Bem sucedido – Ao suspeitar de um quadro de pneumonia em uma criança que tinha voltado de uma internação hospitalar sem diagnóstico, o médico Nascif Tanus Nascif, 28 anos, diz que compreendeu que sua formação é consistente. “Analisei o quadro, e mesmo sem recursos de um Raio X e hemograma (exame de sangue) para concluir o diagnóstico, indiquei minha suspeita, encaminhei para internação e no hospital foi comprovada a pneumonia”, conta ele. “A recuperação dessa criança marcou o início do meu trabalho profissional no programa Saúde da Família”.

Nascif fez o curso de medicina na Universidade Presidente Antonio Carlos, em Juiz de Fora, com bolsa integral do ProUni. Concluiu a graduação em dezembro de 2010 e, desde então, é médico no assentamento Capelinha, município de Conceição de Macabu, no norte fluminense. “Gosto da clínica médica e a idéia da prevenção de doenças me interessa muito.”

O médico pretende trabalhar alguns anos para se estruturar financeiramente e depois quer fazer residência em ortopedia e traumatologia.

Sertão – Com diploma de médico obtido em julho de 2011, Samuel Aquino, 28 anos, trabalha no município de Ipubi, no sertão pernambucano. Ele atende a população rural de um distrito que tem como principais atividades econômicas a produção de farinha de mandioca e a exploração de minas de gesso.

Ali no sertão, Samuel diz que a bolsa do ProUni lhe permitiu a realização do sonho de ser médico. “Nasci para fazer isso”, diz. Ele fez a graduação na Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte com bolsa integral. Antes, fez quatro vestibulares no campus Barbalha da Universidade Federal do Ceará, mas não alcançou a nota necessária para garantir a vaga.

592 – Ieda, Samuel e Nascif fazem parte dos 592 médicos já formados com bolsas do Programa Universidade para Todos. Atualmente, há 460.926 estudantes em cursos universitários em todo o país, com bolsas integrais e parciais do ProUni.

Dados da Secretaria de Educação Superior (Sesu) do Ministério da Educação mostram que, com o processo seletivo do ProUni para ingresso na graduação no primeiro semestre deste ano, o total de bolsas concedidas vai alcançar a marca de 1 milhão. O programa foi criado em 2004 e as primeiras bolsas foram concedidas no início de 2005.

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