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A troca de ministros nas pastas de Educação e Ciência e Tecnologia agradou professores ouvidos pela UnB Agência. A partir da próxima semana, o físico Marco Antônio Raupp vai comandar os rumos da política científica nacional, enquanto Aloízio Mercadante dará continuidade às ações no MEC. “A escolha se insere em um momento político de aparente fortalecimento do papel estratégico da ciência e tecnologia e das universidades públicas”, avaliou José Geraldo de Sousa Júnior, reitor da UnB.
À frente da Agência Espacial Brasileira (AEB) desde março do ano passado, o nome Raupp ganhou a preferência da presidente Dilma Rousseff graças ao seu perfil estritamente técnico, com uma larga trajetória a cadêmica. Formado em física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o novo ministro de Ciência e Tecnologia é PhD em matemática pela Universidade de Chicado (EUA) e livre-docente na Universidade de São Paulo (USP). Nos anos 1970, exerceu a docência no Departamento de Matemática da UnB. Também foi pesquisador titular do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Além da experiência na academia, Raupp coleciona funções de gestão em seu currículo. Foi presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) entre 2007 e 2011, presidente do Inpe, membro da Academia Internacional de Astronáutica (IAA), além de ter comandado por quase um ano a AEB. “Ele é um cientista de trajetória sólida e com experiência em gestão. Essas duas características unidas são um fato raro entre os cientistas”, ressaltou Isaac Roitman, professor aposentado da UnB e coordenador do grupo de trabalho em educação da SBPC.

“A indicação primeira para o MCT deveria ter sido o Raupp, pois a atuação do Mercadante na área científica é bem menor. Mas o fato do Mercadante ter acabado de sair da ciência e tecnologia para educação é um ponto positivo para integração das duas pastas”, analisou Ana Valente, secretária regional da SBPC e professora da Faculdade de Agronomia e Veterniária da UnB.

MEC – A substituição de Fernando Haddad por Aloízio Mercadante no Ministério da Educação já estava prevista desde o fim do ano passado (veja aqui). Indicado para ser o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) na disputa pela prefeitura de São Paulo, Haddad deixa a pasta que detém um orçamento de R$ 80 bilhões. “O mais importante é que se mantenha uma visão sistêmica da política educacional do país, considerando as demandas de todos os níveis de ensino”, destacou João Luiz Martins, presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). “Mercadante teve o hábito de ouvir os vários setores que lidam com a ciência e tecnologia e acredito que esse perfil vai se repetir na gestão do MEC, o que é bom”, acrescentou.

Para Martins, que também é reitor da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), a capacidade política de Mercadante será testada na aprovação do Plano Nacional de Educação, que tramita no Congresso Nacional. “Das 20 metas contidas no plano, a expectativa é que se priorize a ampliação dos investimentos, daí a importância de 10% do PIB para a educação, além da consolidação de uma aliança entre a educação básica e o ensino superior para a formação de professores, pois o Brasil tem um déficit enorme nessa área”, projetou.

O dirigente ainda mencionou a relação entre ciência e tecnologia e educação na lista dos principais desafios dos novos ministros. “Temos a necessidade de ampliar as possibilidades de pesquisa. Mais de 90% do que é desenvolvido em ciência e tecnologia no país tem origem direta na academia, nas universidades, por isso esse diáologo é fundamental”, defendeu.

AGENDA - Antes de deixar o MEC, Haddad ainda comandará cerimônia que marca a meta de 1 milhão de bolsistas atingida pelo Programa Universidade para Todos (ProUni), na segunda-feira 23. No mesmo dia pela manhã, Mercadante e Raupp já estarão na primeira reunião ministerial de 2011, a pedido da presidente.

As exonerações e nomeações serão publicadas no Diário Oficial da União de segunda (23) e a posse e transmissão dos cargos estão previstas para o dia seguinte.           

UnB Agência