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O Prêmio Capes de Tese, que elege os autores das melhores pesquisas de doutorado do país, escolheu entre os vencedores o trabalho Cidades Novas, defendido em 2009 na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, pelo professor Ricardo Trevisan. O trabalho cria parâmetros para definição e classificação de cidades e chega mapeia as mais de 200 cidades brasileiras que foram construídas a partir de um projeto.
Ou seja, que não nasceram espontaneamente. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) ainda escolherá a melhor tese entre os grupos de grandes áreas.

“A questão principal da pesquisa é definir o que são cidades novas”, explica Ricardo. Ele propõe seis critérios para estabelecer o conceito que determina a criação de uma cidade. Em primeiro lugar, há o desejo, a intenção de criar. Depois, a função que essa cidade terá – Brasília, por exemplo, nasceu com a função de ser a cidade-sede do poder. O sítio é a terceira categoria, que determina a localização a partir do que o ambiente oferece em termos de atividade que os habitantes venham a realizar.

Em quarto lugar, ele apresenta a questão profissional. “Sempre tem o envolvimento de um profissional, que pode ser um topógrafo, um arquiteto. Alguém que tenha o know how, que possa viabilizar a cidade de forma técnica”, explica o professor. O quinto critério é o projeto. “A cidade não nasce espontaneamente. Ela já nasce com um traçado”, diz. Pode ser o traçado das ruas, ou um projeto mais complexo de definição de áreas, localização de quadras e escolha de setores.

Por último, o professor explica que cada cidade tem seu tempo próprio. “Elas têm um tempo preciso de fundação, diferente das cidades espontâneas e viram realidade dentro de um período mais ou menos preciso ao longo da história”, afirma. Os parâmetros criados pelo professor constituem uma ferramenta para o estudo das cidades. “Qualquer um pode se basear nesses seus pontos para dizer se uma cidade é ou não nova”, conclui Ricardo.

A orientadora da pesquisa, professora Sylvia Ficher, explica que Ricardo propôs um parâmetro a mais na classificação de cidades. “É um trabalho extremamente original porque normalmente quando se faz estudos de história urbana, trabalha-se com objetos específicos e quando se trabalha num plano teórico, você faz proposições para analisar o fenômeno urbano”, pontua. “A originalidade do trabalho do Ricardo é que é simultaneamente teórico e histórico. Ele traz toda uma discussão e um instrumental que podem ser aplicados ao estudo de qualquer cidade. Vai ser útil para quem as planeja”.

O prêmio garante ao autor uma bolsa de pós-doutorado no exterior ou de três anos no Brasil. O orientador ganha R$ 3 mil em auxílio para participar de um congresso na área, dentro do país. Se a tese for eleita como a melhor do grupo da grande área da qual participa, recebe ainda 15 mil dólares da Fundação Conrado Wessel. A decana de Pesquisa e Pós-graduação da UnB, Denise Bomtempo, propõe ainda a publicação da tese pela Editora UnB. “Este é o melhor prêmio do Brasil. É o reconhecimento dos programas, dos orientadores e dos autores”, afirma. “É um prêmio de distinção que é muito reconhecido na Academia”.

O professor de Matemática da UnB Dimas José Gonçalves ganhou o Prêmio Capes na área de Matemática e Probabilidade, com tese defendida pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Na categoria honra ao mérito, outros dois trabalhos da Universidade de Brasília foram selecionados: na área de Antropologia e Arqueologia, o autor João Miguel Sautchuk, orientado pelo professor Wilson Trajano Filho e, no Direito, Leonardo Augusto de Andrade Barbosa, orientado pelo professor Cristiano Paixão.

UnB Agência