Os números também mostram aumento do corpo docente e discente no mesmo período. Na UnB, de 2006 a 2010, os cursos de doutorado cresceram 24% e os de mestrado 22%.
João Luiz Martins, presidente da Andifes, atribui o crescimento ao processo de expansão das universidades federais desde 2008, ano de implantação do programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). "A partir do momento em que as universidades federais tomaram a decisão de começar seus processos de expansão através do Reuni, a maioria criou novos campi, novos cursos e ampliou a oferta de vagas", explica.
Para atender a essa demanda, avalia o presidente e reitor da Universidade Federal de Ouro Preto, foram contratados técnicos e professores. Como consequência, aumentou a procura por programas de pós-graduação para qualificação do corpo docente.

EXPERTISE – Além de abastecer os quadros internos da universidade, esses mestres e doutores influenciam também o crescimento da economia. Denise Bomtempo, decana de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade de Brasília, destaca o crescimento de cursos de mestrado e doutorado na instituição em áreas estratégicas para a economia.
"O que é importante é que nosso crescimento está nas áreas estratégicas como as Engenharias, especialmente nas áreas Biomédicas, a Biologia, com enfoque em Nanotecnologia e Biotecnologia e nas multidisciplinares", destaca. "A geração de conhecimento na indústria, e em todas as áreas, necessita de mestres e doutores", enfatiza o presidente da Andifes. "O mercado continua muito aquecido para absorver profissionais com essa formação no Brasil".
A decana esclarece que o enfoque nos cursos estratégicos não prejudica outras áreas do conhecimento, já que 33% da pós-graduação na UnB está nas Humanidades. "A tendência de crescimento é de todas as áreas, mas há uma grande tendência em saúde e Biologia", analisa. Outra tendência, segundo Denise, é aumentar a oferta de cursos multidisciplinares. Hoje a UnB tem sete deles.

PRODUÇÃO – O aumento da procura pela pós-graduação, especialmente pelos novos professores, permitiu aquecer a produção científica das universidades. Noventa e três por cento das pesquisas nacionais são desenvolvidas pelas universidades públicas.
"No Brasil, as universidades públicas têm função dupla, de formar graduação em volume e gerar conhecimento na pós-graduação. Já tínhamos docentes importantes, e a chegada desses novos docentes acabou favorecendo uma série de áreas de conhecimento que até então não tinham o quadro necessário para construir novos programas e ampliar a pós-graduação", explica João Luiz. "Áreas foram fortalecidas, ampliadas e intensificadas. Houve crescimento na aprovação de programas de pos na maioria das universidades", completa.

UnB Agência