“Foi uma visita política. A China quer aproximar-se do Brasil e o campo científico é uma área estratégica na cooperação entre os dois países”, explica a professora Ana Flávia Granja e Barros, chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais (INT) da UnB. O interesse dos chineses sobre a produção acadêmica brasileira tem crescido.
VISITAS - Desde 2006, de acordo com Ana Flávia, o número de visitas dessa natureza mais do que quadruplicou. Apenas este ano, quatro delegações de universidades do país asiático vieram à UnB. Em agosto, foi a vez de representantes brasileiros irem até a China tratar das políticas voltadas ao desenvolvimento científico nas duas nações. “Eles tem duas áreas prioritárias nas relações estabelecidas com a UnB, que são a oferta de cursos de língua portuguesa para chineses e a cooperação na interface entre as áreas médica e tecnológica”, observa Ana Flávia.
Atualmente, há cinco acordos de cooperação entre a UnB e instituições chineses, com destaque para a implantação do Instituto Confúncio, em 2009, que articula desde atividades culturais até intercâmbio científico (veja aqui).
PRIORIDADE – A escolha da área de Ciências Médicas e biotecnologia como foco dessa visita corresponde à estratégia dos chineses em cooperar com o Brasil. Segundo o Han Qide, os dois países têm interesses em comum no novo cenário mundial. “São nações emergentes que buscam consolidar uma afirmação internacional, e as universidades uma missão central nesse processo”, disse ele durante solenidade no salão de atos da Reitoria. “Os interesses da China também coincidem com as prioridades brasileiras no plano científico, pois são as mesmas áreas estratégicas do Programa Ciência sem Fronteiras, que quer ampliar a internacionalização do Brasil em tecnologia e inovação”, destaca Ana Flávia.
Paulo César de Jesus, diretor da Faculdade de Medicina da UnB, ficou entusiasmado com as possibilidade aberta pelo contato. “Fizemos uma visita demonstrativa nas áreas em que apresentamos excelência”, disse. Uma instituição de ensino superior chinesa já havia procurado a Faculdade de Medicina propondo um acordo, que está sendo analisado. “Eles estão nos conhecendo há muito tempo”, continua o professor, “agora, precisamos conhecer melhor a China e, no campo da medicina, estreitar laços, por exemplo, na área de medicina tradicional, em que eles tem uma vasta e rica experiência”, conclui.
A comitiva percorreu o laboratório Cardiovascular e os laboratórios de Pesquisa em Doença de Chagas e de Imunopatologia, na Faculdade de Medicina. Antes, visitaram o Instituto de Ciências Biológicas para conhecer o projeto de pesquisa em nanobiotecnologia, liderado pela UnB, e que envolve mais sete universidades brasileiras.
UnB Agência