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oftalmologiaMais um marco para a Medicina regional. Foram realizados os dois primeiros transplantes de córnea em um hospital universitário da Amazônia neste mês de outubro. As cirurgias aconteceram no Hospital Bettina Ferro de Souza (HUBFS) da Universidade Federal do Pará (UFPA), que é referência em Oftalmologia na região.
O transplante possibilita que pessoas com problema de córnea opaca voltem a enxergar, ou seja, tenham a oportunidade de redescobrir o mundo das imagens. A partir dessa iniciativa, o Bettina abre cadastramento para pacientes que vão ser atendidos pela lista única da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO), da Secretaria de Estado de Saúde. Isso deve ajudar a diminuir a fila de espera de pessoas a serem submetidas à cirurgia no Estado por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com números da CNCDO, tal lista conta hoje com cerca de 600 pessoas. Desde agosto deste ano, o Bettina Ferro está credenciado pelo Ministério da Saúde para realizar transplante de córnea, por meio da Portaria 474.

Sonho realizado - Para o diretor geral do Hospital, o médico Paulo Amorim, a realização do transplante de córnea é a viabilização de um antigo sonho, já que o Bettina é considerado hospital de referência em oftalmologia.  “Carecíamos desse procedimento para dizermos que realizamos todos os procedimentos da visão. Chegada a hora, uma série de fatores se cruzaram e tudo deu certo para que acontecesse o transplante, principalmente porque tivemos apoio da CNCDO. Temos excelente equipe médica e vamos melhorar ainda mais nossa infraestrutura para podermos também implantar outros serviços”, disse o diretor.

O vice-reitor da UFPA, professor Horácio Schneider, ressaltou que a reitoria vê com orgulho e satisfação o fato do Bettina ganhar notoriedade na saúde da Amazônia. “A reitoria está disposta a colaborar injetando recursos nessa unidade. Nosso papel é suplantar os desafios”, apóia.

Procedimento e pós-operatório - O médico cirurgião Jesu Sinando Filho explica que a córnea é uma região transparente do olho “como se fosse um pára brisa de automóvel” e quando ela perde sua transparência (o que pode ocorrer em decorrência de várias doenças) é preciso trocá-la por uma córnea doadora. “Toda cirurgia de olho não deixa de ser um procedimento sério e importante, mas hoje é uma cirurgia feita em ambulatório e o paciente volta no mesmo dia para casa”, conta.

Porém, a recuperação da visão na fase pós-operatória também exige cuidados. “O paciente é acompanhado durante seis meses, recebe alta definitiva e pode voltar às atividades normais. Durante esse tempo, tem que usar colírio, medicação e ter repouso adequado para obter sucesso no transplante. É possível haver rejeição no procedimento, mas é raro”, explica o cirurgião.

Equipe - A equipe médica que realiza o transplante é multiprofissional e coordenada por Paula Caluff. “Estamos felizes por esse momento e preparados para essa importante missão. Como a medicina avança bastante e queremos realizar procedimento de alto nível, fizemos vários cursos de capacitação fora do Estado”, disse a coordenadora. Além de Paula Caluff e Jesu Sisnando, a equipe médica envolvida no transplante conta com a residente Ingrid Cavalcante; a psicóloga Eliana Souza; a assistente social Euzenir Magalhães e as enfermeiras Cristina Mitiko, Aline Formigosa e Mires Meireles. O serviço de Oftalmologia é coordenado pelo médico Eduardo Braga.

Ascom/Hospital Bettina