
O transplante possibilita que pessoas com problema de córnea opaca voltem a enxergar, ou seja, tenham a oportunidade de redescobrir o mundo das imagens. A partir dessa iniciativa, o Bettina abre cadastramento para pacientes que vão ser atendidos pela lista única da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO), da Secretaria de Estado de Saúde. Isso deve ajudar a diminuir a fila de espera de pessoas a serem submetidas à cirurgia no Estado por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com números da CNCDO, tal lista conta hoje com cerca de 600 pessoas. Desde agosto deste ano, o Bettina Ferro está credenciado pelo Ministério da Saúde para realizar transplante de córnea, por meio da Portaria 474.
Sonho realizado - Para o diretor geral do Hospital, o médico Paulo Amorim, a realização do transplante de córnea é a viabilização de um antigo sonho, já que o Bettina é considerado hospital de referência em oftalmologia. “Carecíamos desse procedimento para dizermos que realizamos todos os procedimentos da visão. Chegada a hora, uma série de fatores se cruzaram e tudo deu certo para que acontecesse o transplante, principalmente porque tivemos apoio da CNCDO. Temos excelente equipe médica e vamos melhorar ainda mais nossa infraestrutura para podermos também implantar outros serviços”, disse o diretor.
O vice-reitor da UFPA, professor Horácio Schneider, ressaltou que a reitoria vê com orgulho e satisfação o fato do Bettina ganhar notoriedade na saúde da Amazônia. “A reitoria está disposta a colaborar injetando recursos nessa unidade. Nosso papel é suplantar os desafios”, apóia.
Procedimento e pós-operatório - O médico cirurgião Jesu Sinando Filho explica que a córnea é uma região transparente do olho “como se fosse um pára brisa de automóvel” e quando ela perde sua transparência (o que pode ocorrer em decorrência de várias doenças) é preciso trocá-la por uma córnea doadora. “Toda cirurgia de olho não deixa de ser um procedimento sério e importante, mas hoje é uma cirurgia feita em ambulatório e o paciente volta no mesmo dia para casa”, conta.
Porém, a recuperação da visão na fase pós-operatória também exige cuidados. “O paciente é acompanhado durante seis meses, recebe alta definitiva e pode voltar às atividades normais. Durante esse tempo, tem que usar colírio, medicação e ter repouso adequado para obter sucesso no transplante. É possível haver rejeição no procedimento, mas é raro”, explica o cirurgião.
Equipe - A equipe médica que realiza o transplante é multiprofissional e coordenada por Paula Caluff. “Estamos felizes por esse momento e preparados para essa importante missão. Como a medicina avança bastante e queremos realizar procedimento de alto nível, fizemos vários cursos de capacitação fora do Estado”, disse a coordenadora. Além de Paula Caluff e Jesu Sisnando, a equipe médica envolvida no transplante conta com a residente Ingrid Cavalcante; a psicóloga Eliana Souza; a assistente social Euzenir Magalhães e as enfermeiras Cristina Mitiko, Aline Formigosa e Mires Meireles. O serviço de Oftalmologia é coordenado pelo médico Eduardo Braga.
Ascom/Hospital Bettina