Em Machado de Assis: relíquias culinárias, a pesquisadora e cientista social Rosa Belluzzo cria um panorama gastronômico do Rio de Janeiro nos tempos machadianos. Rosa busca, a partir de textos do próprio Machado de Assis (1839-1908), de comentaristas e de historiadores, revisitar as influências e os sabores que experimentou o "Bruxo do Cosme Velho", como é conhecido o célebre criador de O alienista.
Segundo a autora, particularmente nas crônicas, o escritor apresenta em suas obras os novos hábitos culinários propostos para o período. Um exemplo é o serviço de mesa à francesa, registrado nos contos As bodas de Dr. Duarte, ou ainda no romance Quincas Borba, em que destaca a presença de estrangeiros contratados como cozinheiros.
Cobrindo o período que compreende o 2º Império e o início da República, a autora revela também componentes importantes na mudança da vida urbana carioca, como a influência da corte portuguesa na culinária carioca; as novidades dos restaurantes requintados com ofertas de iguarias estrangeiras; os novos hábitos de se comer fora de casa; e as novas relações de sociabilidade da elite do Rio de Janeiro. A obra traz, ainda, um rico material iconográfico da época, além das receitas sugeridas pela pesquisadora.
Já a publicação Impresso no Brasil: dois séculos de livros brasileiros, reúne vários ensaios sobre o percurso da produção editorial brasileira durante os dois séculos de história. O livro é organizado por Aníbal Bragança, professor de Ciências da Comunicação da Universidade Federal Fluminense (UFF), e por Márcia Abreu, professora de Teoria Literária da Unicamp.
A obra é dividida em duas partes. A primeira, intitulada Uma nova história editorial brasileira: editores, tipógrafos e livreiros apresenta 22 artigos que tratam desde os primeiros livros publicados no Brasil, com a instalação e o funcionamento da Impressão Régia no Rio de Janeiro, em 1808, até a expansão do mercado editorial brasileiro nos dias de hoje. Um exemplo citado sobre as atuais características do setor de publicações é a série Harry Potter, que compartilhou estratégias de divulgação com o mercado internacional. Ainda na primeira parte da obra, é destacado o trabalho de importantes livreiros e editores brasileiros.
Na segunda parte do livro, denominada Cultura letrada no Brasil: autores, leitores e leituras, são abordada as bibliotecas públicas e privadas; a presença da cultura letrada em várias regiões do país; o escritor como uma fonte de renda; as leituras para crianças; e os impressos na cultura popular, no caso os folhetos de cordel. Nessa seção são apresentados 13 ensaios.
Os coordenadores da obra destacam que, em 2008, comemorou-se duzentos anos da instalação da Impressão Régia no Rio de Janeiro. "Durante esses dois séculos, a produção nacional de livros tornou-se ampla, diversificada e complexa", dizem. A publicação apresenta introdução do bibliófilo José Mindlin e é uma coedição da Editora Unesp com a Fundação Biblioteca Nacional.
Unesp - Assessoria de Comunicação e Imprensa