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Em 1962, centenas de professores foram convidados por Darcy Ribeiro para desbravar a nova capital e construir uma universidade. Quase 50 anos depois, a história se repete. Os novos campi da UnB também atraíram para Brasília docentes de todo o Brasil que aceitaram enfrentar dificuldades em nome de um sonho. “Quem vem de fora consegue sentir o espírito de Darcy na UnB”,  diz o professor Sérgio Antônio de Freitas, do curso de Engenharia de Software da UnB Gama.
Veio do Espírito Santo em 2009, atraído pela proposta de integração entre diferentes áreas da engenharia. “É uma faculdade baseada em projetos, multicurricular, o que obriga uma integração entre os cursos, como na vida prática”. Na Universidade Federal do Espírito Santo, coordenou algumas atividades da criação dos novos campi de lá. “É um processo nacional, que demanda um grande esforço e é um grande desafio”, diz. Ele ressalta os pontos positivos nessas dificuldades, principalmente a garra dos docentes recém-contratados. “Os professores têm um gás fenomenal para realizar novos projetos e surgem com perspectivas diferentes de ensino”, afirma.

Para a professora Tatiana Lavich, da UnB Ceilândia, o espírito é de empreendedorismo. “É preciso paciência e muita articulação”, diz. No seu emprego anterior, na Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro, contava com uma infraestrutura de ponta. Na Ceilândia, a falta de espaço impede o uso de muitos equipamentos já comprados. Ela ainda luta para terum laboratório próprio para suas atividades de pesquisa. Em compensação, encontrou aqui mais liberdade e espaço para crescer. “Em uma estrutura já formada, com tradição, acaba-se tendo um ranço muito grande e é difícil se sobressair”, afirma Tatiana. “Quando superamos essas dificuldades ficamos mais satisfeitos do que se tivéssemos as condições ideiais”.

"Essa implantação significa sacrifício", concorda Emerson Martins, professor do curso de Fisioterapia da UnB Ceilândia. Vindo da Universidade Municipal de São Caetano do Sul, ele chegou a Brasília movido pelo desafio social e pela oportunidade de fazer pesquisas, o que não conseguia em São Paulo. O tempo mostrou que ele estava certo. Ele recentemente venceu o Prêmio Antonio Meneguetti, na Suécia, pelo seu trabalho com classificação de pacientes cardíacos. Atuando na periferia do DF, ele vê o seu trabalho como uma missão. "Não estou crescendo só profissionalmente, como também participando do desenvolvimento de uma região carente", afirma.

A missão de Eliete Ávila Wolff, da UnB Planaltina, é formar professores para atuar nas regiões rurais do DF. “Faz parte de um projeto político de mudar a educação no campo”, diz. Ela veio de Florianópolis para trabalhar na Coordenação-Geral de Educação no Campo do Ministério da Educação. Prestou concurso na UnB para ter melhores resultados nessa luta. O convívio com os estudantes e com a comunidade onde lecionam, por vezes transforma Eliete em aluna. “É uma experiência muito rica para os professores, já que discutimos as dificuldades da vida no campo para depois mudarmos a relação com esse espaço”, diz Eliete.

Sua colega Alessandra Viveiro, do curso de Licenciatura em Ciências Naturais da UnB Planaltina, tenta passar esse olhar desbravador para seus alunos. “Muitos estudantes chegam bastante desiludidos com o futuro do trabalho, mas quando mostramos que eles podem fazer a diferença, que podem mudar a sociedade, os olhos brilham”, diz.

UnB Agência