
A iniciativa é financiada pelo Governo da Alemanha, por meio do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD, na sigla em alemão), com apoio da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento). Este DAAD envolve parceria em estudos de desenvolvimento econômico e é gerenciado pela Universidade de Ciências Aplicadas de Berlim.
Daniela Prates, professora do IE e organizadora do evento na Unicamp, informa que a cada ano são realizados dois workshops nas diferentes universidades da rede. “Enviamos chamada a professores e alunos de pós-graduação para que apresentassem seus trabalhos. Os temas variam, mas estão sempre relacionados com finanças e comércio, sendo relevantes para os países em desenvolvimento. Aqui, discutimos inúmeras questões relacionadas com o desenvolvimento do setor financeiro, como fluxo de capitais e apreciação cambial, temas muito recentes e que trouxeram todo esse desafio que estamos enfrentando. Também é uma oportunidade de conhecer especificidades dos demais países em desenvolvimento, que podem trazer lições para o Brasil”.
Sebastian Dullien, diretor do DAAD, explica que o objetivo da rede é aprimorar o estudo da economia dentro dos países participantes. “Em geral, os países em desenvolvimento utilizam abordagens americanas, que não levam em conta suas especificidades. A ideia é promover outros tipos de análise e diminuir a influencia dos Estados Unidos. Por isso, é importante contar com a Unicamp, não apenas por ter um dos melhores institutos de economia do Brasil, mas também por sua abordagem heterodoxa, que foge do mainstream. Nós da HTW Berlin buscamos a mesma abordagem, temos visões próximas”.
Em relação ao workshop em Campinas, Sebastian Dullien ressalta que a experiência brasileira tem muito a ensinar aos outros países da rede, tanto por causa da abundância de fluxos de capitais que levou à apreciação cambial, como pela atuação dos grandes bancos públicos. “Foi uma diferença importante para conter os efeitos da crise”.