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Uma grande notícia para o Vale do Taquari foi anunciada em reunião-almoço realizada nesta quarta-feira, dia 21, na Sede Social da Univates. A partir de agora, a região começa a trabalhar forte para buscar a implantação do curso de graduação em Medicina. O objetivo do encontro foi apresentar a proposta às lideranças regionais e obter delas um retorno quanto à iniciativa. E a resposta não poderia ter sido outra.
Favoráveis ao projeto, representantes do Hospital Bruno Born (HBB) e do Hospital de Estrela, das prefeituras de Lajeado e Estrela, da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat), do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat) e do Conselho de Administração da FUVATES mostraram-se animados com a possibilidade de oferecer o curso que costuma ser o mais concorrido nos processos seletivos no Estado e País.

Segundo o reitor da Univates, Ney José Lazzari, em diferentes reuniões da Reitoria em Brasília ouviu-se um chamamento do Ministério da Educação (MEC) para abertura de novos cursos de Medicina qualificados. “Hoje há falta de médicos para atuarem pelo Sistema Único de Saúde, e em prefeituras da região a situação tem sido recorrente. O objetivo da Univates é atender a essa crescente demanda”, afirma o reitor.

E para disponibilizar a estrutura necessária é imprescindível a parceria com hospitais e secretarias de saúde da região. A opção pelos hospitais de Lajeado e de Estrela deve-se ao seu porte, à qualidade que apresentam e à proximidade com a Univates. “Para integrarem o projeto do curso, os hospitais precisam atender a uma série de quesitos, por isso optou-se, num primeiro momento, por esses dois hospitais”, observa Ney Lazzari, destacando que a estrutura do HBB é uma das melhores do Rio Grande do Sul.

Em termos de infraestrutura, será necessário que a Univates melhore alguns laboratórios e implante uma clínica-escola que ofereça atendimento especializado, prestado por médicos acompanhados por estudantes de Medicina. Já quando o assunto é corpo docente, a informação é ainda melhor. “Para se ter uma ideia, nos dois primeiros anos de realização do curso, praticamente não precisaríamos contratar nenhum professor”, ressalta o reitor.

“Todos esses fatores nos mostram que é possível, sim, sonharmos com a viabilização desse projeto”, comenta Lazzari. Para ele, “será o coroamento de todo um trabalho que vem sendo feito na Univates e mais especificamente na área da Saúde, que oferece outros oito cursos nessa área (Educação Física, Nutrição, Farmácia, Biomedicina, Enfermagem, Fisioterapia, Psicologia e Tecnologia em Estética e Cosmética). “O mais importante é que os benefícios se estenderão a toda área da saúde regional”, reforça.

O próximo passo é montar dois grupos de trabalho: um com foco político, envolvendo prefeitos e deputados, e outro de caráter técnico, integrado por médicos e professores. A ideia é envolver o máximo possível de recursos humanos da região para que trabalhem de maneira integrada no processo, que costuma ser demorado, podendo levar de três a cinco anos. Conforme a diretora do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Univates, professora Luciana Fernandes, o processo segue um trâmite específico, cuja aprovação não depende apenas do MEC, mas também do Conselho Nacional de Saúde.

Confira alguns depoimentos:

Presidente da FUVATES – mantenedora da Univates, Roque Danilo Bersch
“A Univates tem sido cautelosa em sua expansão. Há dez anos já se falava em oferecer o curso de Medicina”, ressaltou. Bersch salientou ainda que o Conselho de Administração da FUVATES foi totalmente favorável à iniciativa. “Necessitamos agora de forte mobilização comunitária, com o apoio da classe médica, dos hospitais e do poder público”, afirmou.

Prefeita de Lajeado, Carmen Regina Pereira Cardoso
“É uma satisfação saber que a Univates, que já é referência em ensino superior, está buscando mais. Somos movidos por sonhos e temos de ter seriedade para persegui-los”, destacou a prefeita, observando também a necessidade do apoio comunitário.

Prefeito de Estrela, Celso Brönstrup, também representando a Amvat
“Só se termina um projeto à medida que se começa”, declarou o prefeito. “Fiquei muito feliz ao saber dessa intenção, uma iniciativa louvável. A região tem potencial para oferecer o curso de Medicina”, disse ele, destacando o amparo que isso dará à gestão pública na área da saúde.

Irmã Terésia Stessen, diretora do Hospital de Estrela
“Quando recebi o convite e fiquei sabendo do que se tratava respondi prontamente com um 'sim'”, afirmou. Segundo ela, o Corpo Clínico do Hospital de Estrela, consultado informalmente, também mostrou-se favorável à decisão. “Queria que já tivéssemos uma turma formada. Estrela hoje tem dois ESF (Estratégia de Saúde da Família) sem médico para atender. Esse curso vem para responder uma necessidade”, comentou.

Claudinei Fracaro, presidente do HBB
“O Hospital Bruno Born vem crescendo muito e tem planos de ajudar a região e se projetar ainda mais. Não podíamos deixar de apoiar essa ideia”, salientou Fracaro. De acordo com ele, a implantação do curso gerará mudanças significativas dentro do Hospital e portanto, a partir de agora, será feito um estudo para ver da viabilidade dessa parceria em termos econômicos.

Marcos Frank, médico e integrante da Diretoria do HBB
“A implementação do curso de Medicina qualifica os hospitais, a Univates, a rede pública de saúde e a região como um todo. Como membros da diretoria do HBB estamos sempre procurando soluções para tornar o SUS viável. Às vezes, diferentes entidades do governo não falam a mesma língua. Mas é certo que precisamos sim formar mais profissionais e dar condições adequadas de trabalho a eles”, pontuou.

Ítalo Reali, integrante do Conselho de Administração da FUVATES
“A comunidade regional tem a vantagem de que aqui as pessoas são solidárias e querem fazer”, afirmou Reali, observando que cada vez mais, em termos de saúde, o Vale do Taquari está se qualificando e precisando menos de outras regiões. “É o consentimento de vocês que nos levará a tomar essa decisão”, disse aos convidados da reunião.


Saiba mais
O Rio Grande do Sul oferece hoje 1.056 vagas anuais em 11 cursos de Medicina. No último vestibular, mais de 50 mil candidatos tentaram uma vaga no curso no RS, o que equivale a aproximadamente 50 candidatos por vaga. Na Universidade Federal de Santa Maria, por exemplo, a relação candidatos por vaga alcançou a marca de 96, na Universidade de Passo Fundo foram mais de 80, e na Universidade de Santa Cruz do Sul em torno de 40.

Faz cinco anos que o MEC não autoriza cursos de Medicina no país, exceto para universidades federais. Hoje, encontram-se em trâmite no Conselho Nacional de Saúde mais de 40 projetos para implantação do curso em diferentes regiões do país.