
O consórcio é coordenado pela USP e dele participam as outras duas universidades paulistas, Unicamp e Unesp, e as federais de Santa Catarina (UFSC), Minas Gerais (UFMG), Goiás (UFG), Pará (UFPA) e Piauí (UFPI).
O professor Edgar Salvadori De Decca, coordenador-geral da Universidade, informou que a Unicamp coordena a área de Humanidades e Artes do IBE e por isso organizou este primeiro workshop, que vai se repetir nas áreas de Tecnológicas (coordenada pela USP), Biomédicas (Unesp) e Política (UFMG). “Os workshops visam definir um conjunto de prioridades de investigação e pesquisa a serem apresentadas às universidades parceiras europeias, a fim de que elas possam contribuir para o desenvolvimento da nossa ciência através de um programa de doutorado internacional”.
Segundo De Decca, originalmente, o que se pretende com o Instituto de Estudos Brasil Europa é um diálogo com a ciência europeia para que suas universidades possam nos oferecer o que tiverem de melhor. “Se queremos conhecimento em Humanidades e Artes, quem pode oferecer é a Sapienza, que tem mais de 700 anos de existência, e a Freie, que possui os melhores institutos brasileiro e latino-americano da Europa”.
Néri de Barros Almeida, professora de História Medieval da Unicamp e coordenadora regional do IBE, observou que todas as associadas brasileiras se fizeram representar no workshop, que teve, além de representantes das universidades associadas no Brasil, 13 conferencistas em quatro mesas-redondas. “O tema do gênero, multiculturalismo e direitos humanos é um ambiente de reflexões bastante forte atualmente, tanto nas universidades brasileiras como estrangeiras – e particularmente marcante nas associadas ao Instituto. Outra discussão se dará em torno do perfil das Humanidades e Artes nas universidades envolvidas”.
O professor Francisco Foot Hardman, do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp, participou da primeira mesa discorrendo sobre “A crise das Humanidades e perspectivas”. “A ideia é discutir a crise na área de Ciências Humanas, que é internacional, e indicar novas articulações multi, inter e transdisciplinares para reorganização dos saberes em nossa área, onde incluo as Artes. Há uma crise de paradigmas e também do ensino, pois nossos currículos de graduação e de pós-graduação ainda estão muito atados a estruturas disciplinares extremamente anacrônicas”.