“O importante é o salto qualitativo que tanto a USP como a Unicamp deram este ano, sendo as duas únicas universidades brasileiras colocadas entre as 300 melhores do mundo. Da América Latina, também fazem parte deste ranking da QS a Unam, a Pontifícia Universidade Católica do Chile, a Universidade do Chile e a Universidade de Buenos Aires, mas estamos atrás apenas da USP e da Unam”, comemora o professor Edgar Salvadori De Decca, coordenador-geral da Unicamp.
Segundo De Decca, o resultado obtido pela Universidade é ainda mais expressivo considerando que um dos critérios de avaliação é da “reputação acadêmica”, ou seja, o reconhecimento pelas outras instituições em nível internacional. “A Unicamp ficou em 160º lugar nesse quesito, o que é um sinal evidente de internacionalização e de como a nossa Universidade vem se projetando no cenário acadêmico em todos os continentes, visto que a pesquisa é mesmo mundial”.
O ranking QS World University é elaborado a partir de seis indicadores com pesos variados: reputação acadêmica (40%), citação por docente (20%), razão de estudante por docente (20%), reputação junto ao empregador (10%), internacionalização do corpo discente (5%) e internacionalização do corpo docente (5%). O coordenador do ranking Ben Sowter, da empresa QS (Quacquarelli Symonds), destaca a presença crescente de universidades latino-americanas. O continente tem cinco delas entre as 300, mas o número sobe para 17 quando o espectro é ampliado para as 500 melhores.
O ranking também avalia o desempenho das universidades nas diferentes áreas do conhecimento e a Unicamp aparece na 152ª posição em Ciências Exatas e da Terra e em Engenharias, na 170ª em Artes e Humanidades e na 270ª em Ciências da Vida e Medicina. “Temos uma colocação bastante boa em Engenharias, Ciências Exatas e da Terra e em Artes e Humanidades. Na área de Ciências da Vida e Medicina, é bom observar que, comparando com as demais, o impacto da nossa política de publicações é mais recente – e onde esse indicador merece ser acompanhado de perto daqui para frente”, afirma o coordenador-geral da Unicamp.
Na opinião de Edgar De Decca, um aspecto que tem peso na classificação é a dimensão das universidades no que se refere a infraestrutura física e corpo de docentes, pesquisadores e alunos. “A Unicamp possui características de uma instituição de porte médio. Para os próximos anos, a CGU [Coordenadoria Geral Universidade] e a Pró-Reitoria de Pesquisa devem fazer um trabalho de comparação, selecionando universidades de portes semelhantes nos rankings existentes e acompanhando a variação de desempenho entre elas”.