Submit to FacebookSubmit to Google PlusSubmit to TwitterSubmit to LinkedIn
Os profissionais de saúde precisam melhorar a capacidade de comunicação com pacientes surdos, defendem os estudantes que participaram da I Conferência Livre de Saúde da Universidade de Brasília. A inclusão de uma disciplina obrigatória para o ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi proposta por grupo de trabalho que discutiu os currículos dos cursos da universidade e foi aprovada de forma unânime em plenária realizada nesta terça-feira.
Esse e outros 33 pontos sugeridos estarão em carta que será apresentada ainda esta semana na Conferência Distrital de Saúde.   

“Quando estivermos atuando, precisaremos estar preparados para conversar com todos os pacientes. Aprender Libras é muito importante e pode ser decisivo em situações emergenciais”, avalia a estudante de Medicina Camila Damasceno, organizadora da conferência. Ela explica que a proposta é para obrigatoriedade da língua de sinais nos cursos de saúde da UnB, mas pode ser estendida a outras instituições. “Queremos estimular outras universidades a também adotarem a disciplina”, afirma.

Professor do Departamento de Saúde Coletiva, Fernando Carneiro diz que o conhecimento de Libras contribui para uma formação mais humanizada e é necessário para aprimorar o atendimento em saúde. “É uma proposta muito interessante e uma forma de inclusão”, avalia. “Tenho um aluno surdo neste semestre e vejo a dificuldade que existe quando se tem uma limitação física”, conta. Do mesmo departamento, a professora Graça Hoefel disse que a ideia é “extremamente importante e visa garantir o direito do cidadão ser bem atendido, independentemente de suas limitações”.

Outras propostas voltadas para a adequação dos cursos buscam diminuir a diferença entre os currículos de graduações idênticas do campus Darcy Ribeiro e da UnB Ceilândia. “Temos que ter cursos mais padronizados. As grades são muito diferentes e confundem os alunos sobre a futura profissão”, diz Jéssica de Souza, aluna de Saúde Coletiva. A obrigatoriedade da participação em atividades de extensão também foi aprovada em votação. A ideia é que os alunos se inscrevam em pelo menos uma ação extensionista durante o tempo em que estiverem na universidade.  
SUS – Ampliar o papel da universidade na consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) esteve no centro dos debates na conferência. Os estudantes propuseram que o funcionamento e o conceito do sistema sejam abordados já nos ensinos fundamental e médio. Aprovaram a implementação de apoio técnico para esclarecer dúvidas de membros de conselhos de saúde e querem a garantia de espaços físicos para as suas atividades.

Muitos dos pontos aprovados incluem a atuação dos agentes comunitários de saúde. As propostas incluem a formação contínua, a integração com os demais profissionais e a modernização das estruturas de trabalho.  Os estudantes também discutiram o futuro dos hospitais administrados pelas universidades e posicionaram-se contra a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).

As propostas aprovadas na plenária de encerramento da conferência serão encaminhadas em forma de carta à administração da universidade e aos participantes da Conferência Distrital de Saúde, que começa nesta quarta-feira.

UnB Agência