
O vice-reitor no exercício da Reitoria, Julio Cezar Durigan, que presidiu a cerimônia, destacou como os recursos tecnológicos ajudarão a instituição a ampliar suas atividades de ensino e pesquisa. Ele também ressaltou o compromisso da Reitoria em atualizar essas ferramentas periodicamente. Desde 1996, essa é a quarta atualização de rede que a Universidade realiza – cada uma pode durar aproximadamente cinco anos antes de ficar obsoleta.
A Universidade investirá cerca de R$ 250 mil por mês para manter a UnespNet com essa capacidade de navegação. Roberto Ribeiro Chagas, gerente de serviços da Telefônica, companhia vencedora da licitação para prestação do serviço, falou sobre a responsabilidade de fazer um projeto desse porte e da satisfação da empresa em contribuir para o bom funcionamento da Unesp.
O contrato com a Telefônica prevê que a Universidade não pode ficar mais do que quatro horas por mês sem a rede. “Isso significa que há garantias contratuais acerca da qualidade dessa navegação pela internet, o que diminuirá sensivelmente reclamações quanto à queda do sistema”, afirma o professor Edson Senne, assessor-chefe da AI.
Senne relembra que uma das principais dificuldades apontadas pelos diretores das faculdades e institutos era a lentidão da navegação em 90% das unidades. “Três anos atrás não imaginávamos a importância que a informática ganhou no dia-a-dia da Universidade”, afirma o professor Messias Meneguette Júnior, presidente Comitê Superior de Tecnologia da Informação (CSTI). “A computação era considerado um meio, mas hoje assumiu uma posição estratégica intrinsecamente ligada às atividades-fim da Universidade – ensino, pesquisa e extensão.”
Carlos Coletti, responsável pelo Grupo de Redes de Computadores da AI e principal idealizador da nova rede, disse que a mudança viabilizará o uso das salas de vídeo conferência, um projeto recém-anunciado que ainda está sendo implantado nas unidades. “O envio e recebimento de imagem e voz será de altíssima qualidade. As configurações da rede garantem ainda que esse tipo de dado terá prioridade na navegação, prevenindo, por exemplo, que a voz seja interrompida durante uma conversa por telefone ou por videoconferência.”
Segurança
Coletti explica que o projeto estabelece uma topologia completamente diferente para as conexões entre os computadores da instituição. A mudança nesse "mapa" da rede garantirá mais segurança e controle: será possível prever um uso excessivo da banda larga antes que o sistema fique congestionado. “Esse monitoramento permitirá evitar ataques cibernéticos mais comuns, como esses que são feitos com acessos em massa a um determinado site”, explica. “Nós poderemos desconectar apenas o link que estiver sobre pressão, por exemplo”.
Os usuários não perceberam a troca porque a rede antiga não tinha sido desconectada até que a nova estivesse operando plenamente. Em quatro semanas de uso, o pico de utilização da banda larga para saída, ou seja, para o envio de informações, subiu de 200 MB para 300 MB. “Já havia uma demanda reprimida, o que demonstra a urgência dessa substituição”, detalha Coletti. A entrada de informações, que são os dados baixados da internet, também cresceu nesses primeiros dias. Os professores presentes ao encontro destacaram, ainda, a importância de fazer uso devido da rede, não sobrecarregando o sistema com envio e recebimento de dados de natureza pessoal.
Futuro
A Universidade deve concluir a substituição das linhas de telefone convencional para Voip ainda este ano, gerando economia, segundo informações da AI. Também está prevista a utilização de clouding computing (computação em nuvem) para a divulgação de informações de grande interesse, como resultados do vestibular. Essa é uma nova tecnologia útil para sites que têm picos de acesso, como governos e instituições que promovem concursos e concorrência públicas. Na Unesp, um teste foi realizado com sucesso para divulgação do vestibular meio de ano 2011, em que os internautas conseguiram checar a lista de aprovados numa velocidade média inferior a 10 segundos.
A Universidade é uma das primeiras instituições a adotar o IPv6, uma resposta ao esgotamento dos endereços de internet em todo o mundo. “Na hora que as empresas usarem essa ferramenta, a Unesp já estará pronta”, diz Coletti. “Isso também é bom para a formação dos nossos alunos, que já terão contato com essas tecnologias antes que elas se tornem pré-requisitos profissionais.”