
A necessidade, enfatizou o cientista, é o combustível das novas descobertas. De acordo com ele, ideias para o desenvolvimento de investigações em áreas de relevância normalmente surgem quando o pesquisador se ressente de algo ou percebe que a sociedade precisa de alguma coisa. "Você sonha com uma forma de melhorar a sociedade, e aí você tenta descobrir novos métodos para produzir alimentos, remédios, produtos eletrônicos. Penso que realizei meu sonho de construir coisas. É disso que vim falar neste evento", declarou Negishi, que foi laureado com o Nobel por causa de suas contribuições às reações químicas catalisadas pelo elemento químico paládio, que já são de ampla aplicação no desenvolvimento de novas gerações de fármacos e agroquímicos.
Ei-chi Negishi: “Pesquisas em torno das necessidades da sociedade precisam sempre avançar; não podem retroceder”Sobre o nível da ciência produzida no Brasil, o cientista considerou que o país é muito promissor e que tem condições de ganhar o seu primeiro Nobel. "A primeira vez em que o prêmio foi concedido a um japonês foi em 1949, apenas quatro anos após o país ser devastado pela Segunda Guerra Mundial", comparou. Segundo ele, a pesquisa em química cresce especialmente rápido no Brasil. "Prova disso é o programa ESPCA, mantido pela Fapesp. Fiquei muito entusiasmado com o formato do evento. Acho que é o tipo de iniciativa que terá certamente grande impacto no futuro desses jovens pesquisadores e do país", previu.

Conforme Schrock, que também ministrou conferências na ESPCA, suas pesquisas começaram pelo estudo das reações com catalisadores. "Ouvi falar de reações de metátese e os tipos de compostos metálicos que atuam como catalisadores nas reações. Pude observar que alguns se comportavam de maneira diferente do usual. A ideia talvez tenha surgido nessa ocasião". Sobre suas atuais investigações, o cientista fez mistério, preferindo dizer apenas que as novas pesquisas "continuam caminhando". "Mais descobertas e aplicações ainda estão para serem publicadas. Há muito mais por vir", garante.
Assessoria de Imprensa Unicamp