O prêmio é organizado pela Aliança para a Conservação da Mata Atlântica, uma parceria entre as ONGs Conservação Internacional e Fundação SOS Mata Atlântica, com patrocínio de Bradesco Capitalização e apoio do Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ) e da Federação Internacional de Jornalistas Ambientais (IFEJ).
A iniciativa promove o jornalismo ambiental no Brasil, fomenta a produção de reportagens sobre a Mata Atlântica e reconhece a excelência profissional de jornalistas que cobrem temas ambientais.
Sem discussão
A reportagem da Unesp Ciência ouviu especialistas de várias áreas para entender como as mudanças no Código Florestal – que dispõe sobre matas ciliares, topos de morro e trechos de propriedades privadas que não podem ser desmatados – podem ter impacto negativo nos recursos hídricos, na biodiversidade e na própria agricultura.
Algumas dessas fontes reconheceram que grande parte da comunidade científica não se organizou para discutir nem para atender às demandas legislativas. "Acredito que o maior mérito da matéria é ter reunido, pela primeira vez, uma série de estudos que mostram os possíveis riscos da mudança do código florestal tanto à biodiversidade quanto aos serviços florestais e, em última instância, aos seres humanos", diz Giovana Girardi, que também é diretora de redação da revista.
Ela explica que a comunidade científica vinha reclamando de que não havia sido ouvida pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB) e que as alterações propostas por ele não tinham base em pesquisas. "A SBPC e outros grupos de pesquisadores já tinham se manifestando por meio de cartas em revistas científicas e pela imprensa, mas eles mesmos ainda não haviam organizado um dossiê ou algo do gênero que mostrasse o tamanho do problema. Correndo atrás de especialistas das mais diversas áreas, a reportagem de certo modo ajudou a compor melhor esse quadro para o leitor, ao mesmo tempo em que deixou claro que, de fato, o projeto, como está, não é capaz de responder às previsões de danos."
Para Giovana, o prêmio vem em uma boa hora porque o novo código continua em discussão. O projeto foi aprovado na Câmara no final de maio, mas ainda será votado no Senado, e todas as questões levantadas pela revista continuam abertas. "Também é significativo que as taxas de desmatamento da Amazônia voltaram a subir muito neste ano depois de experimentarem em 2010 a menor taxa desde 1988, quando o dado começou a ser medido pelo Inpe. Os especialistas creditam isso justamente à discussão de mudança do código e à crença dos desmatadores em uma eventual anistia", acrescenta.
Nova categoria
Além das tradicionais categorias Impresso e Televisão, o Prêmio de Reportagem sobre a Mata Atlântica ganhou outra este ano destinada a reportagens de internet, um segmento com crescimento expressivo no meio jornalístico que tem se consolidado como um dos principais canais de informação para o público em geral.
Foram inscritas 75 matérias na categoria Impresso, 46 reportagens na categoria Televisão e 30 matérias na categoria Internet.
Os vencedores das três categorias poderão participar de uma viagem internacional com foco em jornalismo e meio ambiente. A premiação inclui passagem aérea de ida e volta, em classe turística, da cidade de residência do ganhador até a cidade do evento, além de hospedagem e refeições.
Os segundos e terceiros colocados em cada categoria receberão R$ 5.000 e R$ 2.500, respectivamente, além de troféu e certificado.
Confira a reportagem vencedora publicada na Unesp Ciência.
Unesp Assessoria de Comunicação e Imprensa