Existem discussões desde a década de 90 sobre o real papel das hidrelétricas nas emissões de gases do efeito estufa. Os pesquisadores analisaram toda a literatura existente sobre emissão de reservatórios, construindo uma grande base de dados para uma análise global dos níveis de gases estufa emitidos pelas hidrelétricas. O objetivo da pesquisa era dimensionar o mais precisamente possível o real papel dos reservatórios na emissão de gases do efeito estufa para a atmosfera.
A pesquisa revelou que a quantidade de gases estufa emitidos pelas hidrelétricas em todo mundo era bem menor do que a imaginada. “Imaginava-se que os reservatórios emitiam muito mais gases do efeito estufa do que foi concluído pelo nosso estudo. Chegamos a uma emissão total no mundo, a partir de hidrelétricas, de 288 Tg. Isso significa apenas 11% do que foi estimado anteriormente e representa 4% para a emissão de todos os sistemas aquáticos do mundo, a exceção dos oceanos”, explica um dos co-autores do artigo, Nathan Barros, doutorando pela UFRJ que desempenha a parte prática de seus estudos na UFJF.
Uma contribuição importante do estudo foi comprovar a hipótese de que o nível de emissão de gases tinha relação com a idade dos reservatórios. Quanto mais novos, maior a emissão. Outro ponto de destaque foi a relação encontrada entre a localização das hidrelétricas e a quantidade gases estufa expelidos. As medições indicam que quanto menor a latitude, maior os índices de emissão. Os cientistas reúnem hipóteses, mas ainda não sabem ao certo a causa.
Agora, o grupo dá continuidade aos seus estudos buscando preencher alguns deficits do último trabalho, como o papel dos sedimentos no aumento das gerações de gases. “Nós estamos envolvidos em projetos que visam emissão dos reservatórios do Brasil. É preciso fechar algumas lacunas. Um assunto que precisa ser melhor estudado com medições. Até março de 2013 vamos pesquisar 11 hidrelétricas pelo Brasil”, ressalta Nathan.
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Outras informações: (32) 3229-3227 (Pós-Graduação em Ecologia)
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