
A partir do aval oficial dos ministérios, a comunidade já pode encaminhar projetos à fundação. Aprovado pelo colegiado da respectiva área acadêmica, ele será levado ao decanato competente – pesquisa e pós-graduação, ensino ou extensão – e, posteriormente ao Decanato de Administração (DAF). “Os projetos têm que passar pelas instâncias da universidade”, afirma Davi Diniz, chefe de gabinete da Reitoria.
Com a Finatec apta a gerenciar projetos de pesquisas da UnB, poderão ser apreciados desde a compra de equipamentos e insumos até o pagamento de bolsas para estudantes de pós-graduação. Além de administração de toda a contabilidade de contratos com outras instituições.
Júlia Abrahão, diretora-presidente da fundação, afirma que o credenciamento é resultado da articulação de diferentes forças políticas da universidade. “Esse é um claro exemplo de que quando a universidade junta forças, ela consegue muito mais”. Segundo ela, a maior vitória da fundação é ter conseguido apoio da comunidade interna e externa. “Conseguimos um grande voto de credibilidade”, disse. “A gente não pode fazer nada pelo passado, mas depende de nós fazermos as mudanças corretas”.
De acordo com a diretora-presidente, o próximo desafio é colocar as finanças em dia. “Estamos há muito tempo sem conseguir gerenciar nenhum projeto. A fundação tem patrimônio, recursos, mas isso não é suficiente. Temos que criar condições para que ela seja auto-sustentável, inclusive para fazer editais mais interessantes, com interesse social e científico”.
Roberto Cavalcanti, diretor secretário da Finatec e professor da Biologia, afirma que existem duas metas: os projetos têm que ser gerados por pesquisadores e unidades da UnB e o andamento dos projetos deve ser feito em conjunto com os órgãos colegiados e a fundação. “A gente quer que esse processo seja único e ordenado”, disse.
Para o diretor, há uma expectativa grande com as possibilidades das parcerias entre a universidade e a fundação. “Temos uma equipe especializada em gestão de projetos e que hoje possui uma capacidade muito grande. Com o credenciamento, a própria universidade terá instrumentos adicionais para realizar os projetos. Isso vai aumentar significativamente a capacidade operacional da universidade”, afirma.
O Consuni aprovou o recredenciamento da fundação à UnB após discussões entre os conselheiros em outubro de 2010. O professor Nigel Pitt, do Departamento de Matemática, apresentou à comunidade acadêmica um relatório apontando para a aprovação. Trinta e quatro votaram a favor, 15 foram contrários e dois se abstiveram. Uma das condições estipuladas para o recredenciamento é que todos os contratos acima de R$ 50 mil terão que ser analisados pelo Ministério Público do DF.
Os12 membros do conselho superior da fundação foram escolhidos pelo Consuni. Cinquenta e seis conselheiros votaram na eleição que escolheu o grupo que vai definir as políticas e ações da fundação nos próximos dois anos. Onze votaram em branco e um anulou o voto. Entre eles estão nomes reconhecidos no meio acadêmico, como o geógrafo Aldo Paviani, a educadora Eva Waisros, a bióloga Mercedez Bustamante, a antropóloga Lia Zanotta e o diretor da Faculdade de Ciências da Saúde, Francisco Neves.
UnB Agência