
O fato de o grau de escolaridade ter crescido muito na última década é uma justificativa para a sobra de oportunidades a quem tem pouca instrução: o índice de analfabetos ou com Fundamental incompleto caiu de 39,9%, em 2000, para 23,4%, em 2010, enquanto o número de pessoas com Ensino Médio completo ou Superior incompleto passou de 28,4% para 41,1%.
Para o professor de estatística da Faculdade de Educação Superior do Paraná (FESP), Gil Marcos Ferraro, o aumento de candidatos com ensino escolar finalizado não diminui a oferta, mas amplia a competição do mercado. “Hoje, só o Ensino Médio é insuficiente para a grande maioria dos candidatos se colocarem no mercado de trabalho. Há um gargalo grande de mão de obra qualificada em praticamente todos os setores e o ensino superior segue como necessidade de candidatos, empresas e do próprio mercado”, aponta Ferraro.
Dentro das empresas a situação se confirma. A grande maioria passou a ser mais rigorosa nas suas exigências. “Nem sempre a empresa pode pagar um profissional formado, então contrata antes de ele concluir o curso e investe em seu aperfeiçoamento”, diz Ferraro, salientando que o mercado hoje busca por pessoas que combinem qualificação formal (ensino acadêmico), habilidades (o que ela tem mais condições de fazer) e atitude (empolgado ao exercer determinada função).
Especialistas em gestão de pessoas explicam que atualmente o Ensino Médio no Brasil tem servido apenas como um trampolim para a universidade. Por isso, o indicado para quem faz parte desse grupo de pessoas com dificuldade de inserção é diferenciar-se. E, uma das maneiras mais rápidas e eficientes para se especializar é fazer o Ensino Médio mantendo o foco no ensino superior.
FACULDADE DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DO PARANÁ │ FESP