O objetivo do programa é estimular e criar condições necessárias para que esses cientistas viabilizem esses resultados significativos em suas áreas de atuação.
“Ser selecionado dentre tantos excelentes candidatos é gratificante. Significa que minha pesquisa está sendo reconhecida como tendo potencial impacto para ajudar as pessoas de alguma forma. O prêmio é como um atrator que irá me ajudar, ainda cedo em minha carreira acadêmica, a atrair bons estudantes e colaboradores para trabalharem comigo. É uma motivação extra para mim e meus orientandos a continuar procurando soluções inovadoras para problemas relacionados à computação forense e à investigação de evidências digitais para ajudar as autoridades no Brasil e no mundo em sua luta diária contra o crime organizado”, comemora o professor do IC.
Anderson Rocha explica que a cada ano, desde 2005, a Microsoft Research escolhe oito jovens professores a partir de uma lista de indicados por instituições de pesquisa em ciência da computação de todo o mundo. “Os indicados passam por um rigoroso processo de seleção, sendo avaliados por um painel de aproximadamente 100 revisores que consideram suas contribuições científicas e currículos. O processo vai refinando até que os finalistas são convidados a fazer uma apresentação e passam pela arguição de uma banca de cinco pesquisadores renomados selecionados pela Microsoft Research. Da arguição saem os oito premiados”.
Além de representar um título de reconhecimento acadêmico, o Microsoft Research Faculty Fellow assegura a quantia total de 1,4 milhão de dólares a ser dividida entre os agraciados e que deve ser aplicada exclusivamente em suas pesquisas nas instituições de origem. Adicionalmente, cada Fellow passa a ter acesso a recursos da Microsoft, tais como software, convites para participar em conferências e colaboração direta com os pesquisadores da Microsoft Research em Redmond e em outros centros no mundo.
Segundo Rocha, os recursos da premiação ajudarão no financiamento de pesquisas sobre análise forense de documentos digitais no laboratório Reasoning for Complex Data (Recod), no IC da Unicamp, onde trabalha juntamente com os professores Jacques Wainer, Siome Klein Goldenstein e Ricardo da Silva Torres. “Conseguir um prêmio desses não é simples, nem fato isolado. Citando um célebre cientista: ‘se fui capaz de enxergar mais longe, é porque me apoiei nos ombros de gigantes’. Gostaria de agradecer a todos os meus colegas de trabalho, colaboradores e parceiros de pesquisa, ex-orientadores e professores, bem como à minha esposa e família por me ensinarem, todos os dias, os valores da busca pela excelência em todas as ações que tomo na vida”.
Visão computacional
As áreas de concentração e pesquisa de Anderson Rocha são visão computacional, aprendizado de máquina e computação forense digital. “Atuo principalmente na pesquisa e desenvolvimento de novos métodos de visão computacional e aprendizado de máquina que auxiliem na solução de problemas relacionados à computação forense digital. Documentos digitais (como imagens e vídeos) são cada vez mais comuns e a forma como as pessoas lidam com tais documentos pode levantar diversas questões legais e éticas que precisam ser tratadas”.
Como exemplo, o professor da Unicamp cita uma foto digital que serviria como prova concreta e incontestável de um crime, mas que poderia ter sido alterada digitalmente. “Antes de qualquer ação policial, precisamos ser capazes de analisar tal documento. Para isso, precisamos das melhores soluções possíveis para lidar com os desafios apresentados por usos maliciosos de ferramentas de processamento como o Adobe Photoshop. Minha pesquisa busca soluções para problemas relacionados à computação forense digital, contemplando as etapas de aquisição, organização, classificação e análise de evidências digitais (imagens, vídeos, documentos de texto, etc.)”.