Submit to FacebookSubmit to Google PlusSubmit to TwitterSubmit to LinkedIn
A Universidade de Brasília suspendeu o contrato com a empresa Anhaguera Engenharia, contratada para fazer a obra do Instituto da Criança (ICA). A decisão foi tomada nesta quinta-feira pelo reitor em exercício, João Batista de Sousa. De acordo com orientação dada pela assessoria jurídica da UnB ao vice-reitor, o acidente que matou os operários Lourival Leite de Moraes, Nelson Rodrigues da Silva e Raimundo José da Silva aponta fortes indícios de descumprimento das normas de segurança previstas em contrato.
Na prática, isso significa que os pagamentos à Anhanguera serão suspensos e que os operários não voltarão ao local da tragédia até a conclusão de investigação interna da UnB. Caso a sindicância confirme negligência grave da empresa, a universidade romperá o contrato. “Tudo isso está previsto no contrato. Se a empresa falha de maneira grave, a contratante pode rescindir o contrato”, explicou o procurador jurídico da UnB, Davi Diniz.

Nesta terça-feira, a Polícia Civil iniciou as investigações para apurar as responsabilidades do acidente. A polícia trabalha com a hipótese de homicídio culposo, que prevê pena de até três anos de detenção. O delegado Reinaldo Villar, da 2ª Delegacia de Polícia, esteve no local do acidente e constatou a revolta dos operários com a empresa. “Eles se queixaram que as reclamações eram constantes”, contou. A equipe da 2ª DP colheu os depoimentos de dois engenheiros da Anhanguera: Danilo Almeida Milhomens e Jader Rafael Vieira. De acordo com eles, os trabalhadores estavam fazendo a contenção de segurança necessária para o prosseguimento da obra.

O mestre de obras da UnB, Jozafá Alves Carneiro, que suspendeu a obra na última quarta será ouvido pela polícia nesta sexta-feira. Minutos antes do buraco desabar, Jozafá fez fotos dos trabalhadores no local.

Leia cobertura completa sobre o acidente:

UnB interditou obra na tarde de ontem. Empresa desobedeceu ordem

Polícia investiga causas do soterramento

Faltaram vigas para escorar barranco, diz fiscal da obra

Sindicato denunciou falta de segurança em obra

Amigos e parentes dizem que operários mortos reclamavam de falta de segurança

UnB Agência