Na prática, isso significa que os pagamentos à Anhanguera serão suspensos e que os operários não voltarão ao local da tragédia até a conclusão de investigação interna da UnB. Caso a sindicância confirme negligência grave da empresa, a universidade romperá o contrato. “Tudo isso está previsto no contrato. Se a empresa falha de maneira grave, a contratante pode rescindir o contrato”, explicou o procurador jurídico da UnB, Davi Diniz.
Nesta terça-feira, a Polícia Civil iniciou as investigações para apurar as responsabilidades do acidente. A polícia trabalha com a hipótese de homicídio culposo, que prevê pena de até três anos de detenção. O delegado Reinaldo Villar, da 2ª Delegacia de Polícia, esteve no local do acidente e constatou a revolta dos operários com a empresa. “Eles se queixaram que as reclamações eram constantes”, contou. A equipe da 2ª DP colheu os depoimentos de dois engenheiros da Anhanguera: Danilo Almeida Milhomens e Jader Rafael Vieira. De acordo com eles, os trabalhadores estavam fazendo a contenção de segurança necessária para o prosseguimento da obra.
O mestre de obras da UnB, Jozafá Alves Carneiro, que suspendeu a obra na última quarta será ouvido pela polícia nesta sexta-feira. Minutos antes do buraco desabar, Jozafá fez fotos dos trabalhadores no local.
Leia cobertura completa sobre o acidente:
UnB interditou obra na tarde de ontem. Empresa desobedeceu ordem
Polícia investiga causas do soterramento
Faltaram vigas para escorar barranco, diz fiscal da obra
Sindicato denunciou falta de segurança em obra
Amigos e parentes dizem que operários mortos reclamavam de falta de segurança
UnB Agência