Dentro do departamento de Comunicação, em contextos social e econômico (communication in Social and Economic Contexts), do qual a professora Sylvia Wächter faz parte, há quatro áreas distintas: Ciência da Comunicação e Mídia (voltado para parte teórica); Plano Estratégico (com foco em Marketing e afins); Comunicação Verbal (Publicidade e Mídias em geral) e Comunicação Audiovisual (produção e gravação de filmes). O curso de graduação (bachelor) tem duração de três anos e, ao final, há a realização de um projeto de Comunicação, ligado a empresas ou ONGs, além da produção de uma monografia de graduação (bachelor thesis). A professora destacou os atrativos da capital alemã para os estudantes estrangeiros. “Berlim é uma ótima cidade para viver. Comparada com outras da Europa, ela é mais barata para morar. Ideal para estudantes”, afirmou a docente.
Comunicação Intercultural
Sylvia abordou ainda alguns pontos sobre sua pesquisa sobre Comunicação Intercultural. A professora falou ainda sobre a estrutura textual e o modo simbólico que cada país tem para representar sua cultura. Para exemplificar sua argumentação, a docente comparou símbolos iguais e os seus respectivos efeitos em sociedades distintas. Nos países ocidentais, a coruja é uma figura que representa sabedoria, porém para os indianos ela é símbolo de má sorte. Já no caso do tigre, a visão ocidental o caracteriza como poderoso e imponente, contudo para os tailandeses esse animal representa o medo. Enquanto a cegonha é vista como figura que ilustra gravidez no mundo ocidental, para quem mora em Cingapura a ave é símbolo de morte materna pós-parto.
A pesquisadora também abordou a questão da comunicação direta e indireta entre algumas sociedades. Segundo o estudo, países como Alemanha, Suíça e a região nórdica da Europa são extremamente explícitos quando se comunicam com alguém, estabelecem uma relação verbal direta. No extremo oposto, estão o Japão, a China e a Arábia Saudita. Nesses locais, a comunicação tem mais componentes não verbais e na maioria das vezes, é repleta de significados distintos.“Se na Alemanha há um comentário como ‘nossa, como sua filha toca bem piano’, isto é visto como um elogio. Já no Japão, é encarado como ‘por favor, feche as janelas porque sua filha está fazendo muito barulho’”, comparou.
Mais informações sobre o programa de intercâmbio entre UFRJ e a Berlin University of the Arts podem ser obtidas pelo site do Setor de Convênios e Relações Internacionais (Scri).
PEDRO COUTO - AGÊNCIA UFRJ DE NOTÍCIAS DA PRAIA VERMELHA