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“O objetivo é, no final das comemorações, termos um documento para a nossa reflexão e para o nosso trabalho”, afirma. Agopyan ressalta que os 100 mil títulos fornecidos pela USP são apenas os contabilizados após 1969, ano em que os programas de pós-graduação passaram a funcionar de maneira padronizada no Brasil. Segundo ele, cerca de um quarto de todos os doutores formados no Brasil são titulados pela USP, o que faz da Universidade o maior centro de formação brasileiro e, possivelmente, mundial.
De acordo com o professor, a USP já está praticamente na sua capacidade máxima de formação na pós-graduação, com em média 6 mil títulos por ano, número que se aproxima da quantidade de docentes da Universidade. Por esse motivo, diz que a preocupação de agora em diante não é mais com a quantidade. “A tarefa da USP é redefinir melhor a função a pós-graduação e sempre buscar a melhoria da qualidade”, destaca.
Situação da pós no Brasil
Agopyan afirma que as universidades nacionais começaram a se preocupar com a pós-graduação de maneira tardia, e que agora é preciso correr contra o tempo para que as demandas da sociedade brasileira sejam supridas. Para o professor, é preciso ter uma mão de obra altamente qualificada para que haja um desenvolvimento sustentável no nosso país, requisito que é preenchido pelos mestres e doutores. “É uma contribuição para o Brasil”, destaca.
Comumente, no Brasil os mestres e doutores prosseguem sua carreira no meio acadêmico - é o que revela levantamento produzido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia no ano passado. Para o professor Vahan Agopyan, isso se deve a uma carência que as universidades têm de profissionais com titulações superiores. E aponta, ainda, que essa situação representa uma distorção. “Precisamos formar mestres e doutores para os setores produtivos e também para o governo”, diz.
Nesse sentido, o professor revela que entre as propostas de reformulação, existem discussões com o intuito de promover uma revisão nas atividades dos programas de pós-graduação da USP, para que o aluno tenha uma formação que o estimule também a trabalhar fora da academia.
Sobre o evento
A programação do encontro será composta, inicialmente, por uma série de apresentações de representantes de universidades brasileiras, em que será tratada a questão da contribuição dos programas de pós-graduação para a sociedade. Depois disso, acontecerão seminários simultâneos em diferentes campi da USP, cujos conteúdos serão definidos por comissões locais.
Nos dias seguintes, após uma cerimônia de abertura, o evento contará com quatro sessões distintas, em que participação reitores de universidades de outros países, e responsáveis por agências de fomento à pesquisa e pessoas de setores externos à Universidade.
De acordo com Agopyan, os critérios para a definição dessa programação foram a necessidade de conhecer os planos de outras instituições para a pós-graduação e a opinião do meio externo sobre os rumos desses programas. Durante o evento, será realizada também a premiação das melhores teses de cada uma das nove grandes áreas definidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). “A ideia é que essa premiação seja anual”, diz o professor.
Informações
O evento comemorativo, que é gratuito e aberto a todos os interessados, será realizado nos dias 7, 9, 10 e 11 de outubro, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP e no Memorial da América Latina.
Clique no link a seguir para conferir a programação completa do evento.
A FAU fica na Rua do Lago, 876, Cidade Universitária São Paulo, e o Memorial da América Latina, na Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda, São Paulo.
Para mais informações sobre o evento, basta ligar nos telefones (11) 3091-3190/ 2087, ou mandar email para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..