“Os aparelhos têm configurações que serão empregadas nos estudos de geologia, química, biologia e materiais. Eles ampliam a imagem de uma amostra mais de 100 mil vezes com facilidade”, explica o professor Luis Rogério de Oliveira Hein, de Guaratinguetá, presidente da comissão para a compra dos microscópios. “Sua utilização é muito ampla, servindo para a análise de microestruturas, microorganismos, solos úmidos, e tantas outras aplicações.”
Material didático
O microscópio eletrônico de varredura (MEV) emite feixes de elétrons sobre a amostra. “Ao analisar a reflexão desses feixes, é possível determinar as características do material”, explica Hein. Com esse sistema, o MEV produz um aumento de 300 mil vezes ou mais para a maior parte de materiais sólidos, conservando a profundidade de campo. Os microscópios ópticos estão limitados a um aumento máximo de 2 mil vezes.
Para o modelo adquirido pela Unesp, as configurações são uma das melhores existentes no país, segundo o presidente da comissão. Com esse microscópio será possível preparar material didático para os cursos de graduação e até para o ensino médio. O equipamento possui uma câmara que pode ser resfriada até 30 graus Celsius negativos e aquecida a uma temperatura de 50 graus Celsius.
Essa característica permitirá, por exemplo, filmar processos de fusão, evaporação e congelamento, em que os alunos observarão o comportamento das substâncias, como os cristais da água solidificada. “O microscópio é previsto no projeto pedagógico do curso de Engenharia de Materiais. Ele é essencial para todas as nossas pesquisas. Com certeza essa aquisição nos permitirá aumentar o número de publicações de artigos científicos”, prevê o professor Hein.
Economia
A comissão presidida por Hein foi composta pelos professores Carlos Roberto Grandini, da FC, presidente da Comissão Permanente de Avaliação Docente (CPA), João Carlos Silos Moraes, da Feis, e Neri Alves, da FCT. A missão do grupo foi determinar as especificações do equipamento para atender as necessidades do ensino e da pesquisa das unidades, e também garantir a concorrência entre as empresas.
A equipe acompanhou o pregão para avaliar tecnicamente as propostas. Além das especificações dos microscópios, foram analisadas nas propostas a instalação, o treinamento para manuseio, a reposição de peças e o tempo de garantia. A empresa vencedora ofereceu garantia de três anos, com custo zero de manutenção e troca do material consumível.
O sistema de pregão funciona como um leilão às avessas em que as empresas concorrem reduzindo os preços de suas propostas iniciais. Assim, a Universidade comprou quatro microscópios no valor de 303 mil dólares cada um. “O valor de mercado desse equipamento é de cerca de 450 mil dólares”, ressalta Hein. “Com isso, obtivemos uma economia de aproximadamente 600 mil dólares”.
UNESP Assessoria de Comunicação e Imprensa