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A decana de Pesquisa e Pós-Graduação, Denise Bomtempo, convocou nesta terça-feira os diretores de institutos e faculdades e coordenadores dos 67 programas de pós-graduação da Universidade de Brasília para anunciar o orçamento deste ano para a produção científica. Com o corte de 15% no orçamento da Capes, o montante destinado aos programas de pós-graduação da UnB pela agência de fomento será de R$ 16,5 milhões, praticamente o mesmo valor de 2010.
A notícia foi recebida com frustração pelos cerca de 80 pesquisadores que lotaram o auditório da Reitoria para a reunião. A expectativa do Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação (DPP) e da comunidade científica da UnB era de que o orçamento fosse de até R$ 25,5 milhões. “Não sofremos corte. Permanecemos no mesmo patamar de 2010. O problema é que esse patamar é insuficiente”, afirmou Denise Bomtempo. “O mínimo que esperávamos era um incremento de 15% para 2011, mas como houve corte nem isso aconteceu”, completou.

A previsão feita pelo DPP era de que o aumento nos recursos vindos da Capes garantiriam pelo menos mais 119 novas bolsas de mestrado e 110 de doutorado em 2011. “É uma das metas novas que estabelecemos para galgar melhores conceitos na próxima avaliação trienal da Capes”, afirmou Denise Bomtempo. O DPP vai manter o mesmo orçamento de 2010 para os editais internos de incentivo à pesquisa.

Para o coordenador do programa de pós-graduação em Ciências da Saúde, Francisco de Assis Rocha Neves, o principal impacto do orçamento de 2011 é a impossibilidade de ampliar o número de bolsas para pesquisa. “Temos 29 alunos no nosso programa elegíveis para bolsa, mas só tenho quatro para conceder”, diz Maria Cláudia Oliveira, coordenadora da pós-graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde, do Instituto de Psicologia.

PASSAGENS - Além do corte no orçamento da Capes, a produção científica ainda sofrerá com as conseqüências da determinação do Ministério da Educação de que todas as instituições federais de ensino superior encolham em 10% sua previsão orçamentária. O corte obrigou a UnB a reduzir, entre outras rubricas, o orçamento com passagens aéreas, utilizadas principalmente pelos pesquisadores para execução de pesquisas e realização de bancas de defesa de teses e dissertações com participação de pesquisadores de outras universidades federais.

“A internacionalização dos programas é um dos requisitos exigidos pela própria Capes nas avaliações dos cursos, mas como trazer pesquisadores de fora para colaborar conosco sem recursos de transporte e estadia?”, disse o professor André Ancona Lopez, coordenador da pós-graduação em Ciência da Informação. O programa passou de conceito 4 para 5 na última avaliação da Capes.

O corte de 15% no orçamento da Capes foi anunciado às universidades em reunião na agência de fomento no último dia 15. A Capes também vai extinguir o Programa de Fomento da Pós-Graduação (PROF). O programa será substituído por um novo sistema de financiamento nos próximos dias.

UnB Agência