As instituições envolvidas se propõem a organizar permanentemente a memória sobre a Educação de Jovens e Adultos e, em particular, materiais didáticos voltados ao público jovem, adulto e idoso na Região.
O projeto é financiado pelo Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) e pretende constituir base documental e bibliográfica para a realização de pesquisas sobre temas relacionados a esta modalidade de ensino. Ele caracteriza-se pela constituição de uma rede interinstitucional.
Espaço virtual - A criação do Centro de Documentação e Memória da Educação de Jovens e Adultos na Amazônia tem como propósito construir um espaço virtual de organização e documentação da memória histórica e recente da Educação de Jovens e Adultos. Este espaço será hospedado pela UFPA em Belém e em Bragança para favorecer o acesso deste acervo aos diferentes pesquisadores, educadores e educandos.
As coordenadoras do projeto na Região Norte, Joana d’Arc de Vasconcelos Neves e Georgina Negrão Kalife Cordeiro, defendem que o Centro irá fortalecer uma rede de pesquisadores da Educação de Jovens e Adultos no Pará, Amazonas e Tocantins. “Nosso objetivo é que o Centro possa ampliar suas funções para além da preservação da memória, articulando formação, extensão e a pesquisa, e possibilitando um espaço a ser apreendido por todos os sujeitos que fazem a Educação de Jovens e Adultos na região Amazônica”, explicou Georgina.
Estrutura - O centro será organizado a partir de duas estruturas: uma física, que funcionará provisoriamente na sala do Grupo Universitário de Educação e Alfabetização de Jovens e Adultos (Gueaja), localizado no Campus da UFPA, em Bragança; e em um espaço virtual, que articulará como receptor das informações das demais IES parceiras da região Norte, e terá ligação direta para alimentar o portal nacional.
Histórico - O centro de documentação e memória de EJA na Amazônia foi concebido a partir de articulações de pesquisadores das Instituições de Ensino Superiores (IES) da região Norte com alguns pesquisadores nacionais. A partir daí foi trazida, para a pauta de debates, a ideia de que a história da educação popular e da EJA no Brasil “encontra-se dispersa, sem organização que a preserve e que possibilite, a partir dela, a proposição de novas produções, estudos e pesquisas”, denuncia Joana. No caso especifico da região norte, a primeira articulação foi estabelecida no Encontro da Agenda Territorial, em junho do ano passado, em Brasília.
Indicadores - Segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, 57,7 milhões de brasileiros com 18 anos ou mais não tinham completado o ensino fundamental nem frequentavam a escola em 2009. Se for considerada a população sem ensino médio, o número é ainda maior. O Censo Escolar mostrou que as matrículas diminuíram 8% de 2009 para 2010, com o universo de estudantes de supletivos caindo para 4,2 milhões.
Pesquisadores defendem que a redução de matrículas na educação de jovens e adultos indica que os cursos de alfabetização estão produzindo poucos resultados e que não está havendo articulação, isto é, o recém-alfabetizado não permanece na escola; falta adequação dos conteúdos e das escolas para o público adulto.
Assessoria de Comunicação do ICED/UFPA
