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butantan-nuovoQuase um ano depois de ser atingida por um incêndio de grandes proporções, que colocou em risco sua existência, a coleção de serpentes do Instituto Butantan ganhará um novo abrigo. O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o secretário da Saúde, Giovanni Guido Cerri, anunciaram nesta terça-feira (23/2), durante as comemorações dos 110 anos do Butantan, a construção do novo Prédio de Coleções da instituição de pesquisa paulista.
Orçado em R$ 3 milhões, o edifício com área total de 1,6 mil m² deverá ser construído até o fim de 2011 e abrigará, além da coleção de serpentes, a de artrópodes, a de insetos e o banco de tecidos do instituto.

Para evitar acidentes como o incêndio ocorrido em maio de 2010, o novo prédio contará com um moderno sistema de prevenção. Além de hidrantes de espuma e extintores portáteis espalhados pelo prédio nas áreas onde existirão produtos inflamáveis, as luminárias serão blindadas para evitar explosões por faíscas.

“O novo prédio será importante para que não se percam mais acervos que são tanto científicos como históricos. Um acidente como o que aconteceu em 2010 não pode se repetir”, disse o diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil, à Agência FAPESP.

Segundo ele, a coleção mais afetada pelo incêndio foi a de serpentes, que era a maior do mundo e perdeu cerca de dois terços das espécies catalogadas. Na tentativa de recuperá-la, o Butantan continua realizando coletas, promovendo trocas de espécies com instituições do Brasil e do exterior e recebendo doações.

Mas as doações diminuíram muito nos últimos anos, em função das restrições impostas pelos órgãos ambientais. “Precisamos conversar com os representantes dos órgãos ambientais para que se possa ter acesso ao material biológico e repor o acervo perdido”, disse Kalil.

Autossuficiência em vacinas

Durante a cerimônia, também foi anunciado que a fábrica de vacinas do Butantan, inaugurada em 2007, iniciará este ano os testes clínicos para testar a eficácia de vacinas contra dengue e contra rotavírus, que causa diarreia infantil.

Até o fim de 2012, os pesquisadores do instituto pretendem concluir a última fase de testes clínicos da vacina contra a dengue. “O desenvolvimento da vacina da dengue é complicado, porque há quatro subtipos diferentes da doença para os quais a vacina tem que dar proteção. Caso contrário, pode induzir o paciente a ter uma doença muito mais grave”, disse Kalil.

Em 2011, a fábrica de vacinas também produziu o primeiro lote, com 3 milhões de doses, da vacina antigripe que será disponibilizada nacionalmente, em abril, na Campanha de Vacinação do Idoso do Ministério da Saúde.

Em 2012, o Butantan deverá aumentar a produção para 22 milhões de doses, tornando o Brasil autossuficiente na produção de vacinas contra influenza.

“O Butantan é o maior instituto soroterápico da América Latina e um dos mais importantes do mundo. Ele é uma entidade centenária, mas extremamente renovada, que está na ponta do avanço da ciência e a serviço da saúde brasileira”, disse Alckmin.

O governador também anunciou durante o evento que serão definidos nos próximos 30 dias os investimentos que precisam ser feitos para completar a conclusão da fábrica de hemoderivados do instituto.

Segundo ele, a fábrica está pronta e possui todos os equipamentos, mas ainda faltam R$ 60 milhões para entrar em funcionamento. Uma parte desse montante poderá vir do orçamento do Estado e o restante da Agência de Fomento do Estado de São Paulo.

“Com essa fábrica, o Brasil dará o primeiro passo para completar todo o ciclo de produção dos fatores de sangue, que são os hemoderivados. Em 30 dias queremos fechar a questão do financiamento para colocá-la em funcionamento”, afirmou Alckmin.

Agência FAPESP