“A aplicação de 10% sobre a nota do Enem teria um impacto muito maior do que os 10% que incidiam sobre a nota da primeira etapa do vestibular da UFMG. Não seria correto fazer simplesmente uma conversão direta, através, por exemplo, de uma regra de três”, compara Soares, que tem formação estatística e é hoje um dos principais especialistas em avaliação educacional no Brasil. Enquanto a escala da primeira etapa do Vestibular varia de 0 a 64 pontos, a do Enem vai de 0 a 1000.
Base empírica
A sistemática de conversão desenvolvida pelo professor José Francisco Soares e pela mestranda em Estatística da UFMG Carolina Pena tem uma base empírica: os cerca de 34 mil candidatos que, em 2010, fizeram as provas do Enem e também os exames do Vestibular da UFMG.
O cálculo parte do resultado da média aritmética das notas das cinco provas aplicadas no Enem. Esse valor então é aplicado na fórmula, que representa a conversão (ou tradução) baseada no chamado Método Equipercentile, uma técnica padrão de medidas educacionais que garante que as notas convertidas do Enem terão uma dispersão bastante próxima às da antiga primeira etapa do Vestibular da UFMG.
“É essa técnica que garantirá que o aluno que ficou no percentil 75 do Enem, ou seja, à frente de 75% dos candidatos, manterá a mesma posição após a conversão de sua nota”, exemplifica José Francisco.
Apesar de a fórmula ser de conhecimento público, José Francisco Soares recomenda que o candidato não tente fazer o cálculo de sua nota por conta própria. “Ele exige certo profissionalismo”, pontua o professor, lembrando que a falta de um algoritmo mais refinado pode ocasionar diferenças entre o valor calculado pelo candidato e o resultado oficial. “É uma fórmula complexa e precisa”, garante. A precisão da nota final, após a conversão, é de quatro casas decimais.
Assessoria de Imprensa da UFMG
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