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A ciência brasileira está de luto. Morreu na madrugada desta quarta-feira, 12 de janeiro, o professor Jayme Tiomno, pesquisador emérito do CNPq e um dos fundadores do Instituto de Física (IF) da Universidade de Brasília. Graduado em Física em 1941, Tiomno publicou mais de 100 trabalhos ao longo de sua carreira. Na UnB, o pesquisador carioca participou da implantação do IF em parceria com o professor Roberto Salmeron no início da década de 1960. O físico Marcos Duarte Maia, hoje docente da UnB, foi aluno de Tiomno na época. Ele conta que o recém nascido instituto tinha prestígio internacional por conta da dupla. "Nós tínhamos o único Centro de Partículas Elementares do Brasil, em parceria com o Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (que hoje abriga o mais moderno acelerador de partículas do mundo)", relata. Tiomno, que completaria 91 anos em abril, despediu-se da UnB em 1965, após a invasão militar que motivou a demissão de 223 professores.
"Foi uma das cenas mais dolorosas, que nunca esqueci: aqueles professores juntando suas coisas e indo embora. Ficamos eu e outros alunos perguntando o que íamos fazer sem eles", lembra Duarte.

DESCOBERTA – Tiomno foi um dos físicos que conseguiu prever a existência dos mésons, partículas que formam o núcleo dos átomos. Por conta dessa pesquisa, quase ganhou um prêmio Nobel, aos 29 anos. Não levou o prêmio apenas por um erro de cálculo. "Sua pesquisa abriu novos caminhos na física", diz Marcos Duarte

Membro fundador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e um dos criadores da Sociedade Brasileira de Física, Jayme descobriu, em colaboração com o seu orientador, John A. Wheeler, a universalidade das interações fracas e o triângulo de Tiomno-Wheeler (que dispõe das interações com três pares de partículas nos vértices de um triângulo). A descoberta ocorreu durante exílio do pesquisador.

Entre os diversos prêmios recebidos pleo homem que conheceu Albert Einstein e trabalhou com César Lattes estão a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico (1994), o Prêmio em Física da Academia de Ciências para o Mundo em Desenvolvimento (1995), e a Medalha Carlos Chagas Filho (2005).

UnB Agência