Para a professora de Educação Especial Bianca Caetano Fernandes, que se interessou principalmente pelos conteúdos sobre aspectos médicos, a prática com o sistema foi uma tarefa fácil. Há três anos, Bianca leciona na Escola Professora Neir Horner da Rosa, em Arroio Grande, e atende uma aluna deficiente visual e outra com baixa visão. “Além de eu precisar, cada vez mais me aperfeiçoar, elas também precisam ter prática. Uma só lê em Braille e outra precisa de material adaptado. Quando [a atividade é com] desenho ou mapa, por exemplo, tenho que fazer em relevo para facilitar”, afirmou. A professora não nega que as experiências sejam um desafio diário, mas gratificante, quando se vê o resultado do trabalho. Bianca concluiu, também, curso de Língua Brasileira de Sinais (Libras), oferecido pela UCPel.
Com a inclusão de alunos especiais nas escolas de Santa Vitória do Palmar, a professora do Núcleo de Educação dos Jovens e Alunos (NEJA) Viviane Rodrigues Pires procurou aprofundar-se na área. “Estou sempre procurando novas linguagens e lá só tinha uma professora capacitada”, explicou. “Quando descobri o curso, já havia passado uma semana, mas mesmo assim me inscrevi. Eu esperava aprender só o Braille, mas tivemos cursos com especialistas sobre as causas da cegueira. Pedagogas e psicólogos também falaram sobre a experiência e explicaram como ajudar os alunos a superar a deficiência”, disse a professora, ao comentar que, no curso, também foram passadas questões do cotidiano de pessoas portadoras de necessidades especiais, como mobilidade, forma de se alimentar e tomar banho e o trato com a família.
A vice-diretora da Escola Louis Braille e integrante da comissão organizadora do curso, Milene Viana, comentou que, em termos de auxílio óptico, o que foi visto no curso ajudará muito tanto os educadores quanto os alunos de baixa visão. “Foi muito interessante. Os professores aprenderam como trabalhar com pessoas com deficiência e viram que é possível. Só temos que conhecer a realidade deles”, afirmou. “Os professores não estão acostumados e preparados para trabalhar com este público, mas cada vez surgem mais pessoas interessadas em criar novas possibilidades para a inclusão”.
“A matemática dentro do Sistema Braille” foi o assunto tratado na parte da tarde. Após o trabalho, foi realizada apresentação do grupo de alunos da Escola Louis Braille “Amigos para Sempre”. O encerramento foi celebrado com cerimônia e coquetel.
Assessoria de Comunicação e Marketing UCPel