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O Estado de São Paulo ganhará em breve um novo laboratório multiusários para apoio às pesquisas de genômica e proteômica nas áreas de agropecuária e bioenergia, de acordo com o professor Luiz Lehman Coutinho, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP). Segundo Coutinho, o novo laboratório – que terá sede na Esalq, mas permitirá o acesso para pesquisadores de outras instituições – terá seus equipamentos financiados pela FAPESP, no âmbito do Programa Equipamentos Multiusuários (EMU), em projeto que acaba de ser aprovado. A construção das instalações será financiada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
"O laboratório multiusuários na Esalq dará apoio aos cientistas que trabalham com genômica e proteômica nas áreas de agropecuária e bioenergia. O projeto acaba de ser aprovado na FAPESP e, a partir de agora, vamos importar os equipamentos, que darão um enorme impulso à pesquisa nessas áreas”, disse Coutinho à Agência FAPESP, durante o 56º Congresso Brasileiro de Genética, na semana passada.

De acordo com o pesquisador, embora a Finep houvesse aprovado a construção do laboratório, com investimentos de R$ 2 milhões, não havia liberado recursos para financiar o projeto. “Agora, conseguimos aprovar o projeto executivo junto à Fundação da USP e acredito que estamos com tudo pronto para começar as obras”, disse.

O laboratório multiusuários, no entanto, deverá iniciar suas atividades antes mesmo da construção do espaço físico, de acordo com Coutinho. “A FAPESP acaba de aprovar o projeto no programa EMU, no valor de US$ 1,5 milhão. Agora, vamos importar os equipamentos e o laboratório deverá começar a funcionar, com estrutura multiusuários, antes da construção do prédio, possivelmente a partir do início de 2011”, indicou.

“Financiar equipamentos multiusuários é uma estratégia muito inteligente da FAPESP. A ideia é que ele servirá a várias instituições – o que faz sentido, já que se trata de equipamentos caros”, disse o também coordenador do Núcleo de Apoio à Pesquisa em Biologia Celular e Molecular da USP.

Coutinho afirmou que os novos equipamentos darão um impulso importante às pesquisas em genômica, como os estudos realizados por seu grupo, que usam a biologia molecular para mapear e estudar genes de interesse econômico, a fim de melhorar a produtividade e a qualidade na avicultura, suinocultura e bovinocultura.

Um dos projetos, por exemplo, usa um modelo de frango de corte para identificar polimorfismos em dois genes candidatos envolvidos no metabolismo da gordura e no crescimento, que podem ser utilizados como marcadores na seleção genética de características importantes para a avicultura nacional.

“Esse projeto é um exemplo de pesquisa na qual o novo laboratório terá um enorme impacto. Nesse estudo, utilizamos 120 marcadores ao longo do genoma. Com os equipamentos, poderemos utilizar cerca de 50 mil marcadores. Com isso, vamos identificar novas regiões de interesse e reduzir o intervalo de confiança, o que vai acelerar bastante o processo”, destacou.

Os equipamentos, no entanto, não serão utilizados apenas para a pesquisa sobre frangos, mas também em projetos com bovinos, suínos, ovinos e plantas como eucalipto e cana-de-açúcar, por exemplo.

“Uma vez que extraímos o DNA de uma espécie, passa a não fazer muita diferença se ele veio de um humano ou de uma galinha. As estratégias de pesquisa são bem semelhantes nas diferentes espécies. Então, achamos que o novo laboratório vai ter um impacto significativo no avanço da ciência e também na aplicação desses conhecimentos”, disse.

Os equipamentos permitirão também a realização de várias pesquisas simultâneas, maximizando o uso dos recursos, segundo Coutinho. “O processo também vai ficar bem mais rápido”, afirmou.

Agência FAPESP