Geraldo ficou no cargo apenas seis dias. Renunciou por causa da pressão do movimento de professores que pedia eleição direta para reitor. Seu vice, Luiz Otávio Carmo, assumiu até a eleição de Cristovam Buarque.
Doutor em Matemática pela Universidade de Nova Iorque, Geraldo era tanto pesquisador quanto pedagogo. Trabalhava principalmente com equações diferenciais ordinárias, modelos usados para prever fenômenos dinâmicos. Além da UnB, deu aulas nas universidades de Wisconsin, Georgetown (ambas nos EUA), Unicamp e Universidade Federal de Goiás. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Matemática e membro da Academia Brasileira de Ciências.
Influenciou uma geração de professores de Matemática. Um deles é Noraí Rocco, diretor do Instituto de Ciências Exatas. "Ele foi muito importante na minha formação, pois me mostrou uma nova maneira de ensinar", lembra Noraí. "Ele era capaz de dar uma aula magna, apresentando os principais conceitos de um tema de uma forma clara".
Geraldo escreveu sete livros. Um deles, Introdução à Análise Matemática, ganhou o prêmio Jabuti em 1994. Sua preocupação com o ensino de Matemática o levou a participar da criação da Revista do Professor de Matemática, voltada aos docentes do ensino médio. Aposentado, editar a revista era uma de suas principais ocupações.
"Ele nunca parou de trabalhar", relembra o amigo Alberto Azevedo. Alberto conheceu Geraldo em 1957, durante o primeiro Colóquio Brasileiro de Matemática, em Poços de Caldas (MG). "Era uma pessoa muito modesta. Ele mesmo nunca me disse: 'veja, ganhei o Prêmio Jabuti'".
O reitor José Geraldo de Sousa Junior disse que Geraldo Ávila era "um matemático ilustre, com obra premiada e formação sofisticada".
Geraldo Ávila lutava contra um câncer de pulmão havia 14 anos. Tinha cinco filhos.
UnB Agência