Sem dinheiro em caixa, não será possível manter estruturas desse porte e isso afetará estudantes de todo o território brasileiro. A RNP, situada na Unicamp (SP), é responsável por conceder internet de qualidade a mais de 700 instituições de ensino, laboratórios e centros de pesquisas. Se esse corte realmente for levado adiante, a partir do mês de setembro, as pesquisas do setor podem ser prejudicadas e isso inclui os próprios serviços da Agência Espacial Brasileira, de hospitais como o Albert Einstein, do Instituto do Coração de São Paulo e da Força Aérea Brasileira.
A Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) é uma organização que tem vínculo com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Ela é mantida graças às conexões dos ministérios da Cultura, Educação, Saúde e Defesa. Sem ter recebido a verba desse ano, a RNP só foi capaz de manter a estrutura até este mês de agosto e isso foi possível graças ao que havia sobrado do orçamento do ano anterior. Segundo o diretor da organização, Nelson Simões, o orçamento diminuiu nos últimos anos e a verba, que já era bem inferior ao valor suficiente capaz de suprir as necessidades de toda a manutenção das atividades – cerca de R$ 250 milhões – sofreu reajuste e caiu para pouco mais que a metade, R$ 136 milhões.
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Áreas de pesquisas em risco
Sem os recursos necessários, as pesquisas de áreas como física, telessaúde, genoma humano, biodiversidade e células-tronco ficarão comprometidas, além do acesso a equipamentos de grande porte compartilhados para a execução dos projetos científicos internacionais. Ano passado esse recurso foi reduzido em 40% e tivemos que fazer algumas manobras para poder manter as operações em curso. Esse ano, a redução já está caminhando para os 50% e a RNP já alertou os ministérios sobre a situação. Nelson afirma que as instituições manterão suas atividades com qualidade até o mês de setembro, no máximo. Otimista, Nelson acredita que a verba será liberada até o começo de setembro e diz que já recebeu um parecer do MEC.
O custo anual da RNP, em geral, direciona mais de 50% de seus gastos com a conectividade, fornecendo internet via fibra óptica que pode chegar a 1 gigabyte por segundo, o que seria 10 vezes mais rápido que o atual 4G. Em alguns casos, pode chegar a até 40 Gbps, como é o caso do Laboratório Nacional de Luz Sincrotron (LNLS). Nas universidades, a conexão é feita via satélite, como por exemplo na Universidade Estadual do Amazonas. "Esperamos que o orçamento para 2017 seja reajustado. Vamos precisar dos R$ 250 em 2017. Até 2015, a RNP vinha sofrendo um processo de expansão e atualmente há 200 instituições sem conexão. Paramos de crescer e, hoje, nossa missão é manter o padrão de qualidade", reitera Nelson.
*Este artigo é um publieditorial -