Eles contarão com um treinamento semanal de 270 horas, focado na avaliação do Toefl (Test of English as a Foreign Language), desenvolvido pela ETS (Education Testing Service) – instituição sem fins lucrativos dos Estados Unidos dedicada à pesquisa e aos testes educacionais. A ideia é que o laboratório auxilie, em breve, graduandos das demais habilitações do instituto. E os primeiros desta lista são os cursos de Alemão e Francês.
Inaugurado nesta terça-feira, dia 8 de setembro, no 12º andar do Pavilhão João Lyra Filho da Uerj (Rua São Francisco Xavier 524, Maracanã), o laboratório começou a funcionar no dia seguinte, com aulas em dois turnos, das 12h30 às 14h e das 16h30 às 18h. O espaço é equipado com 42 computadores, que contam com o software oficial de aulas preparatórias para o Toefl, obtido junto à ETS. Além da prática no laboratório, os alunos têm o suporte de um livro didático, também oficial da instituição norte-americana. Já as aulas são ministradas por dois mestrandos e dois graduandos, sob a coordenação da professora do Setor de Língua Inglesa do Departamento de Letras Anglo-Germânicas da Uerj, Patricia Bértoli.
"Esses alunos já atuam como professores e trabalham com preparatório para o Toefl. Foram selecionados em função do nível de inglês que dominam e do conhecimento sobre o exame de proficiência. No curso de extensão, os estudantes terão a oportunidade de se preparar para o exame por meio de atividades de interpretação, leitura e escuta da língua, além dos simulados", destaca Patricia.
Diretora do Departamento de Cooperação Internacional (DCI) da Sub-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da Uerj, Cristina Russi lembra que a necessidade de aprimorar a formação dos estudantes da universidade foi identificada por meio do programa do governo federal Ciência sem Fronteiras, iniciativa conjunta do CNPq (MCTI) e Capes (MEC), ainda em 2011. "Percebemos que a Uerj não conseguia mandar seu alunos estudarem fora porque eles não passavam no teste de proficiência, requisito prévio exigido pelo Ciência sem Fronteiras", conta Cristina.
Foi através do financiamento obtido no programa de Apoio à Criação e Implementação de Assessoria Internacional em Instituições Científicas e Tecnológicas Sediadas no Estado do Rio de Janeiro, da FAPERJ, de 2012, que o projeto de reforço aos estudantes da Uerj começou a ser desenhado. Após três anos de espera, a procura dos alunos foi tão grande que surpreendeu os organizadores do curso de extensão.
"Mesmo exigindo que os candidatos tivessem certificado de 200 horas de estudo de língua Inglesa, foi necessário, ainda, um sorteio eletrônico dos interessados. Dos 120 pré-selecionados, apenas 80 conseguiram a vaga", diz a diretora do Instituto de Letras da Uerj, Maria Alice Antunes.
Mas o entusiasmo não parte apenas dos alunos. Professora do Setor de Língua Alemã do Departamento de Letras Anglo-Germânicas, Magali Moura não vê a hora de o laboratório oferecer preparação para o exame de proficiência Goethe-Zertifikat A1. A avaliação corresponde ao primeiro nível (A1) na escala de seis níveis de competência do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas.
"Para os alunos do curso de Alemão, esse treinamento especial será muito bem-vindo. Não só porque muitos estudantes entram na universidade no nível zero do idioma, como também em função do projeto da primeira escola bilíngue alemã do estado", afirma Magali.
Prevista para 2017, a primeira unidade de ensino público que terá o alemão como segundo idioma é resultado de uma parceria entre o Governo do Estado do Rio de Janeiro e o Consulado Geral da Alemanha no Rio. O projeto conta com o suporte dos professores do Setor de Língua Alemã da Uerj, Ebal Bolacio e Roberta Stanke, e será sediado em escola já existente, porém ainda não selecionada, no bairro de Bonsucesso.
"Só tenho a agradecer a parceria da FAPERJ e do Departamento de Cooperação Internacional da Uerj, que foi fundamental para desenvolver esse programa. Por meio do laboratório, a universidade irá ajudar especialmente os alunos mais carentes. É um exemplo de como podemos fazer a educação de forma mais democrática", diz a pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da Uerj, Monica Heilbron. "Com esses e outros projetos que contam com o apoio constante da FAPERJ, esperamos que a Uerj não seja apenas a 8ª universidade do Brasil e sim a melhor do País", acrescenta.
Sobre o Toefl
Um dos exames de proficiência em inglês mais conhecidos no Brasil e no mundo, o Toefl já foi feito por 30 milhões de pessoas, desde sua criação, em 1964. Mais de nove mil instituições de ensino superior, agências e outras instituições em mais de 130 países aceitam as pontuações do exame. O Toefl é usado também como requisito de solicitação de visto na Austrália e no Reino Unido. A prova avalia a capacidade dos estudantes de usar e compreender o inglês no nível universitário. Ele teste as habilidades de Listening, Reading, Speaking e Writing para realizar tarefas acadêmicas.
O exame custa US$ 215 e é composto por quatro provas (compreensão de texto, compreensão auditiva, exame oral e exame escrito), com duração de quatro horas. Os candidatos fazem o teste diretamente no computador, nas salas de aula de instituições credenciadas, no modelo Toefl iBT (internet based test, ou teste baseado na internet). O resultado final varia de 0 a 120 pontos, sendo que a nota é composta pela soma de cada uma das quatro habilidades, que variam de 0 a 30 pontos. Quem define a nota mínima no teste é a instituição que exige o Toefl como comprovação de proficiência no idioma.
Assessoria de Comunicação FAPERJ