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Em 2010, 63 indígenas conquistaram vagas no ensino superior, por meio de um processo seletivo específico promovido pela Universidade Federal do Pará para esse grupo étnico. O concurso foi realizado nos campi de Belém, Altamira, Marabá e Santarém. Somente na capital paraense, são 23 índios matriculados em diversos cursos. Embora o processo de ingresso para os indígenas tenha sido diferenciado, uma vez universitário, o ensino é o mesmo para todos, indígenas ou não. Muitos desses estudantes pertencentes a grupos étnicos que ingressaram na UFPA têm encontrado dificuldades em seus cursos, como na elaboração de trabalhos acadêmicos.
Iniciativa - Pensando nisso, Isabel Jennerjahn, esposa do leitor da Casa de Estudos Germânicos da UFPA, professor Sigurd Jennerjahn, por meio de uma iniciativa pessoal, teve a ideia de oferecer aos indígenas atividades extraclasses que possam auxiliá-los a enfrentar possíveis dificuldades que eles tenham para dar prosseguimento aos cursos de graduação. A primeira atividade pensada, e já iniciada na UFPA, é justamente um curso sobre produção de textos acadêmicos, ministrado pela professora Alzerinda Oliveira Braga, da Faculdade de Letras . As aulas iniciaram-se nesta quinta-feira, 2 de setembro.

Inicialmente, o curso ocorrerá uma vez por semana, podendo ser ampliado para até duas vezes, em salas disponibilizadas na Casa de Estudos Germânicos. A intenção é que as aulas ocorram paralelamente às dos cursos de graduação, estendendo-se por todo o semestre letivo. Segundo a professora Alzerinda Braga, as principais dificuldades relatadas pelos alunos são compreensão de textos teóricos, uso da norma culta da Língua Portuguesa e normatização científica. “Isso se dá devido à deficiência de ensino da língua, um problema que esses alunos enfrentam desde o ensino fundamental”, explica Alzerinda.

Mobilização - Isabel Jennerjahn, que é geógrafa e já teve experiências de ensino nas comunidades indígenas, conta que, muitas vezes, a formação escolar de jovens pertencentes a grupos étnicos deixa a desejar nas próprias aldeias onde vivem, uma vez que são lugares marcados pela total ausência do poder público. “Daí a importância de nos mobilizarmos para que os indígenas que conquistaram essas vagas na UFPA não apenas tenham tido acesso ao ensino superior, como também consigam concluir sua formação, podendo, assim, virem a atuar como agentes multiplicadores que contribuam para a melhoria da qualidade de vida nas próprias aldeias,” complementa. A expectativa é que a ação possa se tornar um projeto de extensão da Universidade.

Assessoria de Comunicação da UFPA