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irlanda bandieraDois dos cinco países que mais rapidamente avançam em pesquisa científica, de acordo com a prestigiada revista britânica Nature, Brasil e Irlanda, na verdade, contam um com o outro para alcançar posição de destaque mundial. Para consolidar esta relação e criar novas possibilidades de colaborações, acontece a I Semana da Ciência Brasil-Irlanda, entre os dias 23 e 25 de fevereiro, no Dublin Castle, um dos principais pontos turísticos da capital irlandesa.
O evento vai reunir pesquisadores dos dois países que já vêm trabalhando em parceria através do Research Brazil Ireland (RBI). O programa, financiado pelo governo irlandês, promove pesquisas de interesse mútuos nas áreas de Tecnologia da Informação & Comunicação; Nanotecnologia; Energia Sustentável & Agroprodução; Biofarmacêutica, Biotecnologia & Ciências da Saúde; e Ciência Ambiental.

Com a participação de mais de 80 pesquisadores sêniors brasileiros e parceiros irlandeses, a conferência contará também com a presença de presidentes de agências de fomento à pesquisa e representantes da indústria. Estão confirmados nomes como Damien English, secretário de Pesquisa e Inovação da Irlanda; Robert Burmanjer, chefe da Unidade Américas da União Europeia; Mark Ferguson, director geral do Science Foundation Ireland (SFI - Fundação de Ciências da Irlanda, em português) e chefe do Conselho Científico do governo irlandês; Celso Lafer, presidente da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo); Augusto Raupp, novo presidente da Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro); Sergio Gargioni, presidente do Confap (Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa); Fernando Fernandez, engenheiro sênior de desenvolvimento de produtos da Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica); Afonso José Sena Cardoso, embaixador do Brasil na Irlanda; e Brian Glynn, embaixador da Irlanda no Brasil.

A partir do tema “Pesquisa Colaborativa para um Futuro Melhor”, assuntos como o papel dos centros de pesquisa irlandeses no sucesso de investigações internacionais, a perspectiva europeia sobre cooperações com o Brasil e como aplicar o resultado de pesquisas científicas no mercado brasileiro serão tratados em palestras e paineis de discussão durante três dias de programação. A conferência será bem dinâmica e também inclui sessões de networking, apresentação de pôsters, lançamento de livro e visitas a laboratórios de pesquisas.

Um dos momentos mais aguardados do evento é a assinatura de dois memorandos de entendimentos, durante a cerimônia de abertura, entre a SFI & Confap e SFI & Faperj, reconhecendo o papel fundamental da colaboração científica e tecnológica entre as agências.

Brasil x Irlanda: Os novos acordos tendem a aumentar ainda mais a química que existe entre os dois países. Nos últimos anos, Brasil e Irlanda vêm fortalecendo cada vez mais suas relações diplomáticas. Tanto que, recentemente, foi aprovado o Projeto de Resolução do Senado (PRS) 6/2014 que institui o Grupo Parlamentar Brasil-Irlanda para incentivar e desenvolver as relações entre os poderes Legislativos dos dois países .

Em visita ao Brasil, em 2012, o presidente irlandês Michael D. Higgins já tinha o intuito de aumentar a ligação entre as duas nações e começou ampliando o acordo com o Ciência Sem Fronteiras (CSF). Para se ter uma ideia, no último ano, devido à alta procura pelo país pelos estudantes brasileiros, a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) anunciou 300 vagas,  que passaram a ser 500 e, depois, 800. Ao final, porém, um total de 1.123 alunos foram selecionados e se juntaram aos outros 2.158 brasileiros que já tiveram a oportunidade de estudar na Irlanda através do programa federal.

A Irlanda se tornou popular entre os brasileiros, inicialmente, por contas das seus cursos de inglês e facilidades que o visto oferece: além de poder permanecer por um ano no país, é permitido que o estudante trabalhe enquanto estuda para ajudar nas despesas. Para os universitários que completarem o curso 3º grau no país, o governo ainda oferece mais um ano de permanência após o fim das aulas. De acordo com o último senso da Garda National, 12% dos estrangeiros que vivem na Irlanda são do Brasil.

A Research Brazil Ireland tem ajudado a aumentar esses números incentivando o intercâmbio de pesquisadores em diversos níveis - doutorandos, pós-doutores, professores e pesquisadores sêniors - com o objetivo de fomentar e fortalecer relações entre instituições de pesquisa brasileiras e irlandesas, através do financiamento da SFI. Muitos irlandeses também passaram a fazer o caminho inverso e estão ensinando em universidades brasileiras através do Ciência Sem Fronteiras.

Vale lembrar que o Horizon 2020, programa de financiamento da União Europeia para pesquisa e inovação, é outra importante iniciativa que tem garantido investimento em centenas de colaborações entre pesquisadores de ambos os países.